Em 20 de junho foi inaugurada a Estação de Tratamento de Água (ETA) de Córrego do Ouro, cujo funcionamento recebe a aprovação dos moradores da localidade serrana. A construção da ETA faz parte do programa de governo do prefeito Riverton Mussi, de levar à região serrana de Macaé o saneamento básico, para garantir melhor qualidade de vida à população. Construída na Fazenda Vitória, a ETA atende a um antigo sonho dos moradores do distrito de receber água de qualidade e em quantidade suficiente para atender as suas necessidades básicas.
A Estação foi construída pela empresa Environ Quip e, de acordo com técnicos da empresa, foi feita dentro dos parâmetros necessários para um bom funcionamento e a água, captada no Córrego do Ouro, é de ótima qualidade, com turbidez baixa e PH excelente.
Na terça-feira, 21, o diretor de saneamento ambiental da Empresa Municipal de Habitação, Urbanismo, Saneamento e Águas (Emhusa), Carlos Renato Mariano, esteve na região serrana visitando a ETA de Córrego do Ouro. Carlos Renato lembrou que a Emhusa, empresa do município responsável pela instalação e acompanhamento de todas as obras da ETA, mantém monitoramento constante da Estação, assim como também monitora a ETA de Trapiche.
- Essas são as duas Estações de Tratamento de Água já construídas pela administração municipal na serra macaense, mas a região ganhará outras estações, para atender às diretrizes da administração municipal de levar água de qualidade aos distritos serranos, assim como também levar a essas localidades o tratamento do esgoto, que hoje já acontece em Glicério e no Sana, falou o diretor.
Com a construção da ETA, o prefeito Riverton Mussi atendeu à antiga reivindicação dos oito mil moradores da localidade, que contam com água tratada, em quantidade suficiente e de boa qualidade para a manutenção da saúde. A qualidade da água que chega às residências em Córrego do Ouro foi ressaltada por diversos moradores, como Elizabeth Antunes, residente há dois anos no distrito. “Melhorou a oferta, tanto a quantidade quanto a qualidade da água, que antes era barrenta. Hoje, temos água clara e constante”, falou.
Comerciante no ramo de alimentação em Córrego do Ouro, Ana Paula Santos Barcelos também ressaltou a qualidade da água. “A água era sempre barrenta, hoje é clara, limpa e não falta”. O comerciante Elizeu Souza Barcelos lembrou que tinha uma cisterna e para levar água ao segundo andar, só usando bomba. “Hoje, a água chega limpa e vai direto aos andares superiores”, comentou.
Na Unidade Mista de Saúde de Córrego do Ouro, onde funciona o PSF e com atendimento de emergência 24 horas, a água também não falta e é sempre clara e limpa, segundo informações do enfermeiro do PSF, Gustavo Pereira. De acordo com Gustavo, há poucos atendimentos de adultos e crianças com diarréia e o último caso de hepatite A foi constatado há mais de um ano e de uma pessoa moradora na beira do rio. O presidente da Emhusa, José Cabral, destaca a importância da construção das Estações de Tratamento de Água nas localidades serranas.
- Além de Córrego do Ouro, a prefeitura vai levar às outras localidades da serra o tratamento de água e de esgoto. Já está pronto o projeto da ETA do Sana e a prefeitura vai dar início à obra. Vamos iniciar a construção de um Sistema Integrado de Captação e distribuição de água no Frade e em Glicério. Em Trapiche, a ETA existente já capta e trata a água. Em breve todas as localidades serranas contarão com esse benefício, disse Cabral.
Para o funcionamento da ETA de Córrego do Ouro, a Estação conta com cinco operadores, responsáveis pelo acompanhamento de todo o processo e análise da água. Para oferecer à população água de qualidade, a ETA conta com casa de sacaria, bomba dosadora dos produtos barrilha, sulfato de alumínio e hipoclorito de cálcio, usados na purificação da água.
Segundo informações do operador Gilmar Neves Andrade, a amostra de água bruta, que saí do rio, passa por um aparelho que mede a turbidez. Depois, por análise completa, seguindo para a bomba dosadora, que mede a quantidade dos produtos químicos necessários para a pureza da água, Depois disso, a água que chega ao reservatório passa por floculação, decantação e filtração. Em seguida, é analisada a água já tratada, para que ela possa ir para o reservatório onde é distribuída à população através da rede de distribuição de água que chega a todas as residências.
Objetivo é levar água tratada a toda região serrana
O diretor de saneamento, Carlos Renato, disse que a prefeitura vai implantar a ETA do Sana com rede de distribuição de água em 2009 e dar início à primeira fase do Sistema Integrado de Tratamento e Distribuição de Água que vai abranger as localidades do Frade Glicério e Óleo.
Nesse sistema Integrado, a Estação é uma só e é ela que vai captar e tratar a água. As demais localidades terão um reservatório grande para receber a água tratada a ser distribuída à população. Serão realizadas melhorias nos sistemas simplificados (UTSA) que atendem as localidades de Bicuda Pequena e Areia Branca, e implantadas novas unidades (USTA) em Bicuda Grande e Lajes de Macaé, o que vai levar o tratamento de água a toda serra macaense.
- Essas ações já estão previstas no plano de governo do segundo mandato do prefeito Riverton Mussi, que começa em janeiro de 2009, cumprindo o objetivo de levar o tratamento de água e de esgoto a todas as localidades serranas – concluiu Carlos Renato.
Também funcionando a ETA de Trapiche
Os moradores de Trapiche, na serra macaense, também estão satisfeitos com a Estação de Tratamento de Água que foi construída na localidade e já funciona há quase dois anos, desde que começou o funcionamento do Hospital da região serrana.
A diretora do Colégio Estadual Municipalizado Carolina Curvelo Benjamin, Aracy dos Santos Thomaz Fernandes, disse que a água chega em quantidade suficiente à escola e é de boa qualidade.”Não há queixas de doenças relacionadas à água e a oferta é boa, atendendo à demanda de cerca de 300 alunos”, disse a diretora.
No PSF, que funciona no Hospital Público Municipal da Serra Evangelina Flores da Silva, inaugurado em julho de 2006, não há casos de pessoas com hepatite A e poucos casos de diarréia em crianças. Segundo informações, para os moradores a água foi um grande avanço, assim como o Hospital da Serra.
A diretora do Hospital de serra, enfermeira Luciene Aguiar, que é da Comissão de Implantação Hospitalar, a oferta de água é satisfatória e o hospital nunca teve problema de abastecimento. Luciene diz que a Emhusa é parceira e que por duas vezes já solicitou o apoio para limpeza nas caixas d’água e reuniões com a comunidade, sendo atendida.
Sobre a incidência de hepatite A, o Hospital já atendeu a alguns casos, mas não de pessoas residentes em Trapiche. Casos de diarréia são muito poucos, acontecendo mais em época de feriados e verão. “Para esclarecer à população sobre os cuidados com a água, solicitei a parceria com a Emhusa, que realizou palestras para a população”, colocou Luciene.
Em relação ao esgoto do Hospital, os resíduos passam por tratamento prévio através de fossas-filtro e por tratamento biológico, com desinfecção com dosagem de cloro, explicou o diretor de saneamento da Emhusa.
A ETA de Trapiche funciona com a mesma metodologia da ETA de Córrego do Ouro. A captação é feita em córrego próximo e a distribuição da água é feita por gravidade, através do castelo de água, atendendo a toda comunidade. A ETA é modular, conta com três operadores, que trabalham por escala, de segunda a segunda-feira, de 6h às 22h.
O operador Gerson Batista do Nascimento Júnior disse que a água chega limpa do córrego, mas com muito barro em época de chuvas. Ali, a água captada é analisada e tratada com barrilha, sulfato de alumínio e cloro. O gerente operacional da Emhusa em toda região serrana, Gustavo Muros, disse que a ETA foi construída em módulos e é funcional. Falou que a idéia é usar a área que cerca a Estação para construção de um laboratório e um auditório para receber alunos da rede pública e particular do município para aulas de educação sanitária.