Exposição mostra trabalhos de Marcio Zardo

01/09/2006 17:26:51 - Jornalista: Alexandre Bordalo

Após a exposição de 15 fotos de profissionais sobre Macaé, agora é a vez do artista Marcio Zardo. Ele fará vernissage de seus trabalhos, intitulados “Arte no Limite – ou corrói, ou escorre”. O evento acontece na Galeria de Artes Hindemburgo Olive, a partir das 19h, nesta segunda-feira, dia quatro.

Segundo o curador da galeria, o artista plástico Eisaboro Mori, a proposta de Marcio Zardo é utilizar a palavra no suporte que é o papel, levando o expectador-receptor a pensar sobre a questão da arte e da não arte. “É que a palavra, como palavra, propõe linguagem semântica, e os signos (letras) compõem universo simbólico das artes visuais”, enfatiza Mori.

O curador acrescenta ainda que com a justaposição, Marcio coloca ponto de interrogação sobre estética e ética. Esta exposição só termina no dia 27, ocorrendo diariamente (de segunda a sexta) para apreciação do público, das 13h às 18h. Eisaboro garante: “vale a pena conferir estes trabalhos”. As obras estão em spray, em papel Kraft, sempre com as mesma mensagem do título da exposição, dispostas em forma de varal de roupas.

De acordo com o artista Marcio Zardo a utilização da palavra é recorrente nos seus trabalhos. “Sempre busquei nas minhas experimentações enfatizar a materialidade da palavra, seus valores plásticos e sonoros. Interesso-me pela desconstrução das relações tradicionais da linguagem e da imagem, seja em poemas visuais, pequenos textos, frases soltas ou mesmo palavras”, avalia.

Ele afirma também que agrega à poética da palavra elementos plásticos, procurando valorizar os vários códigos da visualidade, buscando nas figuras de linguagem, na justaposição de significados, nas analogias ou na ambigüidade das palavras, surpreender o leitor/visitante e envolvê-lo na proposta. “Proponho um ato de criação conjunta onde o espectador deixa de ser contemplativo e torna-se explorador das possibilidades e probabilidades desencadeadas pelo trabalho”, acrescenta..

Arte no Limite:
ou corrói, ou escorre

Transgredindo intencionalmente as noções estéticas e a comodidade visual, o trabalho é apresentado em peças soltas numa narrativa de forma desmanchada, desconstruída, não linear, onde o que tem significado são os fragmentos e os subtextos.

Pretende impregnar o espectador com as questões colocadas implícita ou explicitamente, por meio de camadas de leitura. O papel Kraft (de embrulho), como suporte midiático das mensagens, pendurado em varais, visa explorar o imaginário do transitório, do descartável, do efêmero, do passageiro.A utilização da tinta em spray dá o caráter de diálogo do discurso mural (como no grafite/pichação), chamando a atenção do público para as reflexões propostas.