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Exposição sobre primeiro medalhista olímpico brasileiro é sucesso

23/07/2012 12:04:00 - Jornalista: Alexandre Bordalo

Foto: Bruno Campos

A exposição estará em cartaz até o dia 31 de agosto

Cerca de 150 pessoas já conferiram a exposição “Homenagem aos 120 anos de Nascimento de Afrânio da Costa”, no Solar dos Mellos. Macaense, ele foi o primeiro medalhista olímpico brasileiro. Competiu na modalidade de tiro esportivo e tiro por equipe. Conseguiu a medalha de prata nos Jogos Olímpicos da Bélgica, em 1920.

A exposição estará em cartaz até o dia 31 de agosto, no Solar dos Mellos, na Rua Conde de Araruama 248, Centro. Nas segundas-feiras, os visitantes poderão marcar sua presença entre 9h e 20h e nos outros dias úteis, das 9h às 17h.

Entre as curiosidades presentes na exposição há dois mapas mostrando a viagem que Afrânio e a delegação brasileira fizeram até a chegada para as competições olímpicas. Eles foram de navio, mais de um mês de viagem, tiveram de embarcar em trem em Portugal e, o pior, foram roubados no percurso.

Também há fotografias de documentos relacionados à viagem retirados de relatório feito pelo próprio medalhista macaense. Além do mais, também existem na exposição informações sobre a carreira na magistratura de advogado a Ministro do Tribunal Federal de Recursos, que
Afrânio conseguiu em sua carreira.

Outras informações contidas na exposição “Homenagem aos 120 Anos de Nascimento de Afrânio da Costa" referem-se a informações sobre o período em que ele foi provedor da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro.

Para o eletricitário macaense Josué da Silva Neto de 23 anos, foi novidade tudo que viu na exposição. “Eu nunca tinha ouvido falar em Afrânio da Costa. Para mim é mais um motivo de orgulho por ser macaense”, relata.

Para a realização dessa exposição, foram dois meses de pesquisa e muito trabalho da equipe de pesquisadores do Solar dos Mellos, constituída por Leonardo Saleh, Alice Tavares e Débora Dias, liderados pela agente cultural Salma Marques

A Viagem

A delegação brasileira partiu do Brasil a bordo do navio Curvello, com destino a Bélgica. Fizeram uma parada na Ilha da Madeira, lá ficaram sabendo que o navio chegaria a Bélgica após o início das competições. Foi decidido que a equipe de tiro desembarcaria em Portugal para seguirem a viagem de trem. A viagem foi feita de trem de carga, quando sofreram forte tempestade. Já na Bélgica, a equipe teve parte de seu equipamento roubado, inclusive a arma que Afrânio usaria para competir.

A Pesquisa

Segundo a pesquisadora Alice Tavares, inicialmente havia pouquíssimas informações sobre Afrânio da Costa. “Ao longo da pesquisa encontramos um material extenso no Fluminense Futebol Clube, na Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro e também tivemos apoio do Museu do STJ em Brasília através da coordenadoria de documentação. Constatamos que além de ser um grande atleta, Afrânio comandou, por exemplo, as eleições para presidente e para Congresso brasileiro em 1946, quando era presidente do TRE”, conta Alice.

Para os interessados na vida de Afrânio da Costa, no Solar dos Melos estão disponíveis os livros “Coletânea de Julgados e Momentos Jurídicos dos Magistrados no TFR e no STJ", livro em homenagem a ele pelo centenário de seu nascimento em 1992, “Vidas Preciosas”, livro escrito pelo atual provedor (Dahas Zarur), da Santa Casa de Misericórdia, que contém a biografia de Afrânio.

- Além disso temos apostilas também fornecidas pelo Provedor- Dahas Zarur – completa Alice.

Biografia

Afrânio da Costa nasceu em Macaé, no dia 14 de março de 1892. Filho de Dr. Mario Antonio da Costa e de D. Maria Izabel Costa. Formou-se em Direito em 1912 e compartilhou um escritório de advocacia com seu pai, também advogado, até 1931, quando foi nomeado juiz de direito.

Em 1920 foi representante do Brasil nas Olimpíadas da Antuérpia, era o chefe da equipe de tiro. Foi campeão Brasileiro dezessete vezes. Como atleta, conquistou 154 medalhas de ouro.
Foi presidente de TRE do antigo Distrito Federal e primeiro presidente do Tribunal Federal de Recursos em 1947. Aposentado da Magistratura se dedicou à Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, sendo seu provedor de 1960 a 1976.