Termina neste domingo (17) a festa em homenagem a Nossa Senhora da Glória, na paróquia de Nossa Senhora da Glória, no bairro da Glória. De acordo com o padre Luiz Carlos Pedrini, parte da renda arrecadada com o evento tem destino certo: trabalhos evangelizadores, juventude, crianças e as 48 famílias carentes assistidas pela igreja, além de melhorias estruturais no templo.
Com início sempre após as missas das 19h, a festa com diversas barracas com comidas típicas, brincadeiras para crianças, a festa atrai um grande público. Mas, são os shows que dão o tempero principal às noites desta semana.
Zé da Mala apresentará músicas alegres (forró), com o objetivo de promover a descontração do público nesta noite de sexta-feira (15), dia da padroeira, quando a missa será solene, com a presença do Monsenhor Antônio Stael.
No sábado (16), músicas de caráter evangelizador serão ministradas por Isaías e banda, ligados à comunidade Coração Novo, cuja linha é o pentecostalismo da Renovação Carismática Católica. O grupo musical é da cidade do Rio de Janeiro e tem três CDs gravados.
No último dia, domingo (17), acontece procissão pelas ruas do Bairro da Glória, próximas à igreja, tendo fim com o sertanejo e o forró de Cal e Júnior.
Espiritual
A semana da festa coincide com o projeto da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que prima pela família como fonte de benefícios fundamentais ao ser humano. Os eventos espirituais (palestras) ocorrem junto às missas das 19h.
Com o tema “Famílias Chamadas a Seguir Jesus e Maria”, o Monsenhor Antônio Stael de Souza, abordará sobre Jesus como modelo a ser seguido e imitado pelo ser humano e Maria como modelo de serviço ao próximo, por ter sido solidária com os necessitados. Tudo isso acontece no dia 15.
Já no sábado (16), Dom Alano Maria Pena reunirá as comunidades para que estas sejam envolvidas pelo amor de Deus. São capelas daquela comunidade Mirante da Lagoa (Imboassica), Santa Cruz (Praia Campista), São Judas Tadeu (Novo Cavaleiros), São Marcos (Bairro São Marcos), a sede (Bairro da Glória), São Benedito (Imboassica) e Nossa Senhora das Graças (Novo Cavaleiros).
Na quinta e derradeira noite do evento espiritual, realiza-se meditação sobre o tema “Família, Primeira Comunidade – Igreja”. “Queremos formar a igreja doméstica, uma vez que ser cristão não é fato decorrido apenas por se freqüentar o templo, mas no dia-a-dia, envolvendo trabalho, família e relações pessoais”, finaliza o padre Pedrini.
História de Nossa Senhora da Glória
Conta a tradição que certo aventureiro tomara para madrinha de sua escuna, Nossa Senhora da Glória. Tendo aportado na baía de Guanabara, resolveu festejar o acontecimento. Terminada a festança na escuna, foi notada a falta da imagem. Toda a embarcação foi rebuscada em pura perda de tempo, até que, atraído pelo facho de luz que esplendia no meio da mata, o corsário encontrou a imagem no alto do outeiro.
A joelhado, em prece, estava um ermitão vestido de burel. Interpelado sobre o sucedido, reverberou o procedimento do corsário por ter tomado a santa por madrinha de seu veleiro, rematando que a imagem mesma mostraria onde deveria ser erguida a capela para ser cultuada.
Ao afirmar o aventureiro que Nossa Senhora da Glória, "teria a sua capela e linda" no fim de um ano de viagem pelo mar, a própria imagem, segundo o que se contava, teria deslizado pela encosta, invadido o mar e, sem tocar no chão nem nas ondas, alcançado o navio. A lenda conta que a imagem de maneira incorruptível que ainda hoje é venerada no outeiro, foi esculpida pelo ermitão, conhecido pelo nome de Caminha.
Conta mais a tradição, que dois anjos loiros apareceram a Caminha e incumbiram-se voluntariamente de escolher, na mata, a madeira apropriada e esculpirem ambos uma imagem igual, o que fizeram com rara perfeição. Caminha então, resolveu enviar uma cópia para Portugal, sua terra de nascimento. Os devotos da Glória que desconheciam o fato, foram ao Bispo e o ermitão foi preso, não havendo tempo de se impedir a viagem da Santa.
A embarcação que levava a imagem, por causa de um furioso temporal, garrou no dia de São Tomé, indo chocar-se com uns rochedos da cidade de Lages, no Algarves. Frei Agostinho é quem termina essa narrativa dizendo: " O mar lançou o caixão à praia, custou muito o haver de embarcá-lo no Rio de Janeiro, enquanto que na Praia de Lages, bastavam-se dois homens para o tirar e quatro para o levarem ao convento. Outros dizem: ministrando-lhes uma tábua, sobre ela a vieram trazendo e que elas foram cotejando até a porem sobre as areias, e concluem que assim o fizeram e reconhecendo-a por verdadeira Senhora dos mares."
Na entrada da baía de Guanabara, localizada numa pequena elevação, foi construída a Igreja de Nossa Senhora da Glória. Todo dia 15 de agosto, acontecem as festividades em honra a Nossa Senhora e então, a Igreja fica toda iluminada, que como a Santa, parece flutuar no ar, com asas invisíveis aos olhos dos descrentes.