Graffiti e hip hop para crianças e adolescentes da Nova Esperança

Uma parceria entre o Centro de Referência e Assistência Social (CRAS) da Nova Esperança e o Centro Integrado de Estudos do Movimento Hip Hop de Macaé (CIEMH2), iniciada recentemente, já está beneficiando crianças e adolescentes que vivem em situação de risco social. Através das oficinas de dança de rua e do graffiti, os participantes têm participado, durante as tardes, de atividades que exploram a criatividade, habilidades artísticas e novas formas de expressão.

Desde que foi inaugurado em março deste ano, o CRAS da Nova Esperança tem promovido um trabalho de acompanhamento sociofamiliar às centenas de famílias moradoras do local, que durante muitos anos ficaram excluídas dos serviços sociais. Depois da pacificação daquela área, os serviços sociais ficaram mais próximos e a comunidade com mais acesso ao Programa Bolsa Família (PBF), ao Programa de Atendimento Integral à Família (PAIF) e o Renda Melhor.

— Através das visitas domiciliares conhecemos a realidade e traçamos o perfil de cada família que reside aqui. Então, a partir das demandas da própria comunidade orientamos para as políticas públicas executadas em nosso município como o BPF e o Renda Melhor. Além disso, fazemos os encaminhamentos para tratamento de saúde nas Upas e HPM e outras áreas, de acordo com as necessidades — observa a coordenadora Mayra Menezes.

PARCERIA – Quanto à parceria com o CIEMH2, a coordenadora frisou que o objetivo é complementar o trabalho de atendimento que é direcionado a cerca de 200 famílias. “Ao oferecermos o espaço para a convivência das crianças e adolescentes que precisam preencher o horário em que não estão na escola, estamos colaborando com as famílias para que as crianças e adolescentes não fiquem vulneráveis nas ruas. Durante as oficinas, há momentos de interação social, convívio grupal e resgate das diferentes culturas populares”, ressalta.

Segundo o professor Rafael de Sousa, que tem trabalhado as oficinas, através do graffiti as crianças e adolescentes preenchem suas tardes com aulas de desenho básico, pintura em rolo e pincel, construção de telas, extenso e pinturas com spray. Já a oficina de dança desenvolve a coordenação motora.

— Estamos levando o conceito de cidadania e responsabilidade para os alunos, discutindo a forma e os locais da produção do graffiti, quebrando o preconceito e diferenciando o graffiti da pichação, que é considerado um ato de vandalismo e não de arte. O graffiti é uma forma de expressão urbana onde o artista expõe sua opinião na forma de imagens grafitadas em paredes ou outros locais. A dança de rua desenvolve a coordenação motora com ritmo e musicalidade, promove a integração social e o desenvolvimento humano, por meio do ritmo de hip hop — acentuou.

Mais de cinco mil famílias estão localizadas no território de abrangência do CRAS da Nova Esperança, que está localizado no centro de operações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal, em parceria com a Prefeitura. Menezes explicou que além da Nova Esperança e da Piracema, o CRAS tem atendido as demandas de 32 famílias que serão removidas de suas casas para as novas unidades habitacionais.

Ela informou ainda, que no próximo dia 27, a equipe técnica do CRAS e do PAC serão capacitadas sobre os benefícios assistenciais previstos na Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS). A palestra será ministrada pela assistente social do INSS, Vanessa Carvalho.

Os Centros de Referências da Assistência Social (Cras) são espaços destinadosàs ações de integração com a comunidade, visando o acompanhamento das famílias de baixa renda por meio de visitas domiciliares, reuniões e atividades socioeducativas diversas, bem como o fortalecimento dos vínculos de solidariedade e atuações preventivas, evitando que as famílias tenham os direitos violados, recaindo em situações de risco. A Prefeitura, através da secretaria de Desenvolvimento Social também mantém os programas sociais nos CRAS que funcionam nos bairros Aroeira, Aeroporto, Botafogo e na Serra de Macaé.