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GT da Rede de proteção e atendimento a mulher aborda pandemia e saúde mental das mulheres

29/09/2021 09:23:00 - Jornalista: Adriana Bacellar

O acesso será pela plataforma Google Meet, a partir das 9h

A Coordenadoria de Políticas para Mulheres da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, Direitos Humanos e Acessibilidade vai realizar, no dia 30 de setembro, mais um encontro do GT da Rede de proteção e atendimento a mulher. Retomada há sete meses de forma virtual devido à pandemia, o evento desta quinta-feira terá como tema “O Impacto da Pandemia na Saúde Mental das Mulheres” e poderá ser acessado através da plataforma Google Meet, a partir das 9h.

A facilitadora do próximo encontro do GT será a psicóloga e psicanalista Silvia de Lima, membro da Escola Letra Freudiana do Rio de Janeiro e coordenadora do projeto Clínica para Todos no município de Rio das Ostras. Segundo Jane Roriz, coordenadora do CEAM, apesar de ser aberto ao público, o foco do encontro são os profissionais que atuam na rede de proteção e atendimento à mulher.

“Aproveitamos o Setembro Amarelo de prevenção ao suicídio para abordar, com todo o grupo de trabalho, a questão da saúde mental de quem é cuidada e também de quem cuida. Começamos a observar pesquisas e estudos que revelam índices preocupantes. Segundo a Organização Mundial da Saúde, por exemplo, o Brasil é o país mais deprimido da América Latina, onde 5,8% da população sofre de depressão. E a maior parte dessas pessoas é mulher”, disse Jane Roriz.

Além disso, apesar da queda do número de casos e de óbitos da Covid-19, fruto do avanço da vacinação no país, o Brasil ainda se encontra em período pandêmico, o que vem contribuindo para o aumento estatístico das tentativas de suicídio. Dados levantados pelo CEAM demonstram que, entre os anos de 2010 a 2019, 67,55% das notificações de tentativas de suicídio no Brasil foram de mulheres. O período reflete a realidade anterior à pandemia. A partir da maior necessidade de distanciamento social, e com o consequente desemprego experimentado por boa parte da classe trabalhadora, explodiram as notificações de violência doméstica, depressão, problemas emocionais, privação social, desemprego, privações alimentares e perdas afetivas entre brasileiras e brasileiros.

“Frente a todos esses dados, a gente viu que era o momento certo para abordar essa temática. O encontro do GT dessa quinta vai trabalhar a saúde mental de modo geral, mas com ênfase na saúde da mulher em seu papel social de cuidadora, seja em casa ou no trabalho. Como anda a cabeça dessa mulher que ainda é a principal cuidadora do outro? Como estão as profissionais cuidadoras das vítimas de violência durante a pandemia? Precisamos falar do adoecimento tanto de quem sofre a violência como de quem cuida dessas vítimas, para que possamos, juntas, vencermos essa luta pela vida. Com mais empatia, mais acolhimento”, finalizou Jane Roriz.