Foto: Ana Chaffin
HPM busca parceiros para tratamentos de alta complexidade
O Hospital Público Municipal (HPM) está formando uma comissão para captação de mais recursos para a manutenção da unidade, que em breve vai passar a ser também o hospital de ensino do curso de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O diretor-superintendente do hospital, Felipe Barreto, lembrou que com o início do curso de Medicina, a demanda vai aumentar – e consequentemente, as despesas da unidade.
– Estamos buscando acordos com municípios vizinhos e com planos de saúde para que cobrirmos as despesas com os tratamentos de alta complexidade, que são cobertas pelo SUS e que hoje são de responsabilidade apenas da prefeitura. Não barramos ninguém, mas também não podemos bancar sozinhos tantos atendimentos, disse o diretor, lembrando que o HPM é referência na região.
Apesar de mais este desafio na gestão do hospital, Barreto vê com bons olhos essa parceria com a universidade: “Vivemos um momento histórico, porque estamos ajudando o município a crescer, a desenvolver profissionalmente os cidadãos e a impulsionar a pesquisa”, diz.
Para isso, ele pretende marcar uma reunião da subcomissão com o presidente da Fundação Municipal Hospitalar de Macaé (FMHM), o secretário de Saúde Eduardo Cardoso, de forma a traçar diretrizes para o programa de ensino. “Os alunos não vão precisar apenas do hospital, mas também vão passar por unidades de atenção básica. Assim, é necessário haver uma unidade entre toda a rede”, comenta.
Para ajudar na preparação do HPM para ser hospital de ensino, foi formada uma subcomissão com representantes do município e da UFRJ. Esta semana, o grupo se reuniu com Leonardo Carâp, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) e ex-diretor do hospital universitário Antônio Pedro, em Niterói.
Na reunião Cârap explicou que o efeito imediato em um hospital ao ligar-se a uma instituição de ensino é o aumento nos gastos. “Os alunos pedem muitos exames, já que não têm experiência, e isso eleva os custos já altos de um hospital”, explica. Para isso, é necessário reunir verbas à parte.
– A universidade não pode influir na administração do hospital. As duas instituições devem se manter separadas, para que uma não atrapalhe a outra, afirma.