Foto: Kaná Manhães
como passo inicial, a pesquisa foi realizada no bairro Ajuda de Cima
Com objetivo fomentar a criação de núcleos alfabetizadores nos diferentes bairros e distritos de Macaé a prefeitura, por meio da Secretaria de Educação (Semed), criou, através da portaria número 2.163/2009, a Comissão Municipal de Alfabetização que busca fortalecer as políticas voltadas para erradicação do analfabetismo. Pensando em dados de pesquisa, a Semed convocou para fazer parte desta portaria a Coordenadoria Geral do Programa Macaé Cidadão, pois é o órgão municipal que promove pesquisas e coletas de dados.
A comissão, formada por nove representantes de cada secretaria, escolheu o bairro Ajuda de Cima como a primeira localidade para a realização da pesquisa. Segundo dados da Pesquisa Domiciliar do Programa Cidadão 2006/2007, cerca de 1.128 habitantes residem no Ajuda de Cima e 4,9% da população com 15 anos ou mais não sabem ler e escrever.
De acordo com a secretária de Educação, Marilena Garcia, a implantação de núcleos visa atender todo o cidadão que não sabe ler e escrever para ser alfabetizado e ter melhores oportunidades na inserção no mercado de trabalho.
- Através da criação do Conselho Municipal de Alfabetização, vamos realizar planejamento estratégico territorial articulando as ações de alfabetização subsidiada pelas informações e dados consolidados, a partir de diagnósticos feitos pelo Macaé Cidadão e pelo Programa Saúde da Família, comentou a secretária.
Segundo a coordenadora geral do Macaé Cidadão, Amélia Augusta Guedes, como passo inicial, a pesquisa foi realizada apenas no bairro Ajuda de Cima, escolhida pela Comissão Municipal de Alfabetização para ser realizado um projeto piloto, através da instalação de um núcleo de alfabetização. “A comissão julgou necessária a realização de uma investigação sistematizada, em âmbito municipal, especificamente voltada para a identificação das necessidades in loco, no bairro Ajuda de Cima e posteriormente junto a todos os domicílios macaenses, de pessoas com 15 anos ou mais que não sabem ler e escrever”, disse Amélia Augusta Guedes.
Amélia explicou ainda que foram entrevistadas 1.021 pessoas entre os dias 4 a 26 de março de 2010. De acordo com a pesquisa, 167 pessoas não sabem ler e escrever, estima-se 12,5% dos habitantes não tem estudo. No que se refere, 82 são de sexo masculino e 85 feminino. Deste total, apenas 116 manifestaram o desejo de serem alfabetizados. As 51 pessoas (23 homens e 28 mulheres) não demonstraram interesse em participar das atividades do Programa de Alfabetização e apresentaram diferentes justificativas, tais como: idade avançada, cansaço físico, trabalho, deficiência física, falta de interesse, doença, mudança de município, responsabilidade pelo cuidado com familiar enfermo e inserção em outro programa de alfabetização.
- A Secretaria de Educação está se mobilizando para suprir essa carência nos bairros onde tiver público-alvo para assistir. O programa visa superar a fragmentação do saber e fomentar o educando na construção do conhecimento e a implantação de núcleos de alfabetização nas comunidades, enfatizou a subsecretária Pedagógica, Gelda Rodrigues.
Já a coordenadora de Educação Jovens e Adultos, Leila Clemente, disse: “nós profissionais estamos sensíveis em saber que ainda jovens e adultos não sabem ler e escrever. A maior parte são pessoas idosas, por isso vamos implantar novos métodos para que estimulem esse público-alvo”.