Foto: Rui Porto Filho
De décima colocada em 2007, município agora ocupa o 150º lugar em homicídios
Depois de ter sido apontada como a décima cidade mais violenta do país e a quinta em taxa média de homicídio de jovens de 15 a 24 anos, em 2007, Macaé comemora agora os índices de 2011 que apontam o município na 150º colocação. Elaborado pela Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI), a terceira edição do Mapa da Violência no Brasil, divulgado agora, leva em conta dados de homicídios dos anos de 2008, 2009 e 2010 por 100 mil habitantes. A taxa média atual é de 50,9 homicídios, enquanto a anterior era de 186 homicídios.
- Os números são altamente favoráveis. A Organização dos Estados Ibero-Americanos considera o local da morte e não o local do registro da violência. Se a violência ocorre em outro município e a vítima é socorrida em Macaé e vem a falecer aqui, os números de homicídios caem na nossa conta. Enquanto o OEI registra 107 homicídios em 2010, o Núcleo de Pesquisa em Justiça Criminal e Segurança Pública (NuPESP), do estado do Rio, apresenta 96 vítimas de homicídios, pois eles consideram apenas o local do registro da ocorrência – explica o coordenador do Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGIM-Macaé), tenente coronel Edmilson Jório.
Por considerar esses dados, o OEI aponta cidades como Búzios, Cabo Frio e Parati, três destinos turísticos internacionais, entre as cinco cidades mais violentas do Estado do Rio de Janeiro. Búzios está em primeiro, seguida por Duque de Caxias, Cabo Frio e Parati. Macaé aparece como a quinta cidade mais violenta do estado.
- A implantação do GGIM facilitou a interlocução e estreitou a relação das forças de segurança e, dessa forma, pudemos fazer planejamentos estratégicos – pontua o tenente coronel Edmilson Jório.
De acordo com o coordenador do GGIM, o Sistema Municipal de Videomonitoramento, substituição e ampliação do número de viaturas do 32º Batalhão de Polícia Militar, aumento do efetivo da PM, inauguração da Delegacia Legal, aproximação com o Poder Judiciário e o Ministério Público são algumas das ações que podem ser apontadas como medidas que promoveram a melhoria dos índices de violência em Macaé e que antecipam a existência de ocorrências relacionadas.
Nova Holanda pacificada
Pacificada pelo 32º BPM, com apoio de reforço de policiais do Comando de Policiamento de Área, de Campos dos Goytacazes, o município aguarda a cessão de uma área na Nova Holanda pelo Instituto de Terras do Rio de Janeiro (ITERJ) para a implantação de uma subunidade da Polícia Militar.
- Vamos buscar agora uma forma de instalar no local uma UPP social com prestação de serviços públicos essenciais de responsabilidade da prefeitura, aproveitando inclusive as obras do PAC na Nova Esperança e de urbanização que estão em andamento na Nova Holanda, graças ao êxito da ação promovida pelo 32º BPM. A próxima meta é a pacificação das Malvinas – relata o coordenador do GGIM.
Para 2012 estão previstas a instalação de mais 20 câmeras de monitoramento e da estrutura do GGIM no antigo Hotel Ouro Negro, pelo Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) do Ministério da Justiça; consolidação da pacificação da Nova Holanda e das Malvinas e expansão do Programa de Desenvolvimento Social de Macaé e Região (Prodesmar) com a instalação de mais oito câmeras em Macaé, 10 em Rio das Ostras e cinco em Carapebus.
- Assim começaremos a regionalização do sistema, agregando valor operacional que vai permitir termos alerta antecipado nas cidades vizinhas. Isso vai facilitar a regionalização, agregar atores e estreitar laços funcionais. Esse é o primeiro passo para um consórcio de segurança pública – conclui.