BRASÍLIA – A secretária de Educação Superior, Maria Paula Dallari, assessora direta do Ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (2), em Brasília (D.F.), após encontro com o prefeito de Macaé, Riverton Mussi (PMDB), que a Cidade Universitária é um projeto inovador e indicador de “um horizonte de sucesso”. Riverton se encontrou com Maria Paula na Esplanada dos Ministérios junto com o reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Aloísio Teixeira, além de diretores da UFRJ e o presidente da Fundação Educacional de Macaé (Funemac), Joelson Tavares.
Riverton explicou à secretária que o objetivo da Cidade Universitária é dar oportunidade ao morador de Macaé de fazer o curso de graduação no município e criar alternativas no desenvolvimento socioeconômico para o ciclo pós-petróleo. “Queremos transformar Macaé em um pólo de Ensino Superior, com a busca de parcerias para o incentivo ao processo de aprendizagem. O foco da Cidade Universitária é o desenvolvimento sócio-educacional voltado para o munícipe”, disse. Por ano, a prefeitura investe cerca de R$ 25 milhões no Ensino Superior – na educação básica são cerca de R$ 100 milhões.
O prefeito fez uma explicação sobre a Cidade Universitária, desde o conceito do projeto até o funcionamento hoje, com cerca de mil alunos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Faculdade Municipal Professor Miguel Ângelo Silva Santos (FeMASS). O prefeito destacou a importância da ampliação dos cursos de Ensino Superior público para dar mais opções ao aluno.
- Assinamos hoje (terça) o processo para abrir licitação para mais dois prédios na Cidade Universitária, o que vai possibilitar à UFRJ a estrutura física para aulas dos próximos cursos que serão implantados – anunciou. Hoje a UFRJ já tem na Cidade Universitária os cursos de Farmácia, Química e Biologia e para 2009 estão confirmados Medicina, Nutrição e Enfermagem.
A secretária de Educação Superior avaliou a Cidade Universitária como um projeto “muito interessante”. “Sabemos o que representa colocar de pé um projeto desses. Essa reunião com todos os professores envolvidos, além do reitor e do prefeito, mostra que a cidade está colocando peso nesse projeto, o que indica um horizonte de sucesso. Fiquei muito interessada”, ressaltou.
Maria Paula comentou sobre a importância de governos municipais investirem também em educação superior. “É importante um governo municipal investir no nível superior e a fixação das pessoas na cidade, envolvidas no processo, é fundamental porque não se cria um projeto sem localização. Ele ganha força quando trata de assuntos importantes para a comunidade e a população se reflete no projeto, vendo os temas que são importantes para ela serem aprofundados e apropriados enquanto objeto de ciência e pesquisa”, analisou.
Reitor da UFRJ: ‘Parceria com governo municipal inova educação’
De acordo com o reitor da UFRJ, Aloísio Teixeira, o encontro em Brasília mostrou a experiência que a universidade desenvolve em Macaé e os projetos de ampliação. “A experiência em Macaé tem sido muito rica porque mostra que é possível construir uma universidade de qualidade estabelecendo parceria com o governo municipal. Com isso, podemos inovar em matéria didático-pedagógica, de administração acadêmica, levando uma experiência de 200 anos – desde que foi fundada nossa faculdade de medicina – para desenvolver o melhor”, destacou.
O presidente da Funemac, Joelson Tavares, ressaltou que a apresentação desta terça da Cidade Universitária e da parceria com a UFRJ ao Ministério da Educação pode refletir em projetos futuros. “Estabelecemos uma ponte para aumentar o nível de interlocução com o Ministério da Educação. A implantação da UFRJ em Macaé visa contribuir para o desenvolvimento da cidade levando em conta as particularidades do município”, ressaltou.
Para o assessor técnico da Funemac, Adelmo Daumas, a característica da Cidade Universitária de ter parceiros com a UFRJ e a UFF consolida um perfil único. “A prefeitura de Macaé é hoje a financiadora do processo de implantação de cursos de Ensino Superior públicos na cidade”, acrescentou Daumas.
O diretor da Faculdade de Medicina da UFRJ, Antonio da Cunha, disse que a implantação do curso de Medicina em Macaé está ocorrendo conforme o previsto. “O curso e o projeto pedagógico foram aprovados e vamos realizar o concurso para os docentes que vão participar do início do curso. Vamos ter inicialmente 15 vagas para docente e uma das exigências é que o professor fique sediado em Macaé, queremos que ele more na cidade. Além disso, estamos conversando com Nutrição e Enfermagem para que possamos integrar os cursos”, observou o diretor, acrescentando que a relação candidato/vaga para Medicina em Macaé foi a maior da UFRJ: 35 para uma vaga.
Segundo o diretor do Núcleo de Pesquisas Ecológicas (Nupem), Francisco Esteves, o encontro com a secretária foi um passo importante para a implementação em caráter definitivo do campus da UFRJ em Macaé. “O município precisa ter, para seu crescimento, conhecimento sobre seu ambiente, sobre sua população, com base sustentável. O Nupem, como membro integrante do campus de Macaé, é um embrião desse grande campus da UFRJ na cidade”, analisou.
Para a diretora do Instituto de Química da UFRJ, Cássia Curan, o diferencial que começa a ser feito é Macaé é o trabalho integrado das graduações públicas. “Os nossos professores concursados farão em Macaé, tanto Ensino, quanto Pesquisa e Extensão. Com a Enfermagem, Medicina e Nutrição, vamos tentar ampliar a parceria que já existe entre a Farmácia, a Química e a Biologia”, disse.
A diretora de Desenvolvimento da Rede de Instituições Federais de Ensino (IFES), Maria Ieda Costa Diniz e a pró-reitora de graduação da UFRJ, Belkis Valdam também participaram da reunião.