Mensalmente, o serviço de limpeza da cidade recolhe cerca de 250 toneladas de lixo urbano. Dessas, 190 toneladas correspondem ao lixo doméstico, 30 são de lixo hospitalar. Outras 30 de lixo das ruas e entulhos. O município investe R$ 1,8 milhão na coleta e limpeza urbana, mas tem problemas com o acúmulo de lixo em ruas e terrenos baldios. O secretário de Serviços Públicos, Delorme Ramos, informa que a coleta chega a todos os bairros da cidade e também na região serrana.
- Atendemos a toda Macaé, com caminhões de coleta que passam três vezes por semana. A população já foi avisada dos dias e horas de passagem do caminhão, para colocar para fora o lixo, que deve estar acondicionado de forma adequada – diz Delorme..
O secretário diz ainda que quando há evento em determinado local, a coleta é intensificada e que no centro da cidade e pontos comerciais, como Avenida Rui Barbosa, além de locais mais críticos, o lixo é recolhido diariamente. Sobre o lixo domiciliar, destaca a cooperação da população. Segundo ele, na maioria dos bairros, os moradores depositam o lixo de acordo com o calendário da coleta.
- Em poucos locais, ainda temos problemas com isso. Muitas pessoas não respeitam, depositam no dia ou na hora errada. Isso é um problema, pois muitas vezes, o lixo é espalhado nas calçadas, por animais, e acaba entupindo as galerias. Fazemos campanhas educativas, tanto no comércio quanto nos bairros. Estamos sempre realizando um trabalho de conscientização - conta Delorme Ramos.
Além da coleta do lixo, a secretaria Executiva de Serviços Públicos mantém a varrição das ruas, diariamente, para minimizar o problema do acúmulo de lixo. No centro e ruas comerciais, a varrição é feita duas vezes por dia.
- O problema acontece principalmente por causa de folhetos publicitários, que se acumulam nas calçadas no decorrer do dia. A propaganda ilegal continua. Estamos coibindo o problema, trabalhando para manter limpa a cidade mesmo com a quantidade de papel jogado nas ruas. O que podemos fazer é intensificar a limpeza nos locais mais críticos - destaca.
Em Macaé, alguns moradores reclamam da quantidade de lixeiras na cidade. “São poucas. Tenho que andar um bom pedaço segurando o papel ou colocar na bolsa mesmo pra jogar fora quando chegar em casa”, reclama a diarista Mara Luiza Gomes, residente no Lagomar.
O subsecretário de Serviços Públicos, Jonas de Siqueira César, informa que há 1.200 lixeiras colocadas em postes e ainda 800 tambores espalhados pelo município. “Em todo lugar onde há reclamações e solicitação de mais lixeiras, providenciamos a instalação de novos equipamentos. Nos pontos comerciais, chegamos a aumentar em até 80% a quantidade de lixeiras”, fala Jonas.
Delorme Ramos completa dizendo que as lixeiras em vários pontos da cidade são alvo de vandalismo. “Colocamos num local e as pessoas, às vezes, quebram e precisamos trocar. Tudo isso representa um custo para o município”, diz.
O lixo em Macaé
Com a retirada das mais de 250 toneladas de lixo por mês e investindo quase dois milhões de reais para manter a cidade limpa, com o trabalho de 800 funcionários, 18 caminhões coletores/compactadores, oito carrocerias/caçambas, dois carrocerias de carga seca, quatro retroescavadeiras e três tratores agrícolas, Macaé ainda vivencia sérios problemas quando chove, com o entupimento das galerias pluviais e dos valões que circundam a cidade.
Durante o forte temporal no município, em 24 de outubro, alagando várias ruas, a Semusp retirou mais 60 toneladas de lixo do que é feito normalmente. Segundo Jonas, todo tipo de lixo foi retirado das ruas e valões, como almofadas, garrafas de pet, sacos e mais sacos de plástico, pedaços de móveis, móveis inteiros, geladeiras, pedras de todo tamanho, peças de carros, etc.
Terrenos baldios abandonados por proprietários trazem problemas à população
Segundo Delorme Ramos, quase que diariamente chegam à Semusp reclamações sobre lixo, matagal, entulhos, todo tipo de sujeira em terrenos baldios em toda Macaé. Ele informa que grande parte desses terrenos é de particular. “Muitas pessoas têm terreno em Macaé, que ficam abandonados, sem qualquer limpeza, às vezes durante anos. No abandono, essas áreas acabam cheias de mato, acumulando todo tipo de lixo. Isso causa problemas, inclusive trazendo ratos, cobras e insetos, prejudicando a população”, diz o secretário, explicando que a prefeitura não tem obrigação de limpar terrenos particulares e sim o proprietário.
Preocupada com a questão, que traz problemas para a cidade, principalmente quando chove mais forte o lixo acumulado acaba caindo nas ruas, galerias pluviais e valões, a prefeitura formou uma comissão para discutir a forma de resolver a questão dos terrenos baldios particulares. Dessa comissão, que se reúne na Semusp e é formada por seis pessoas, participam Carla Maria Borato Ayres, da Semusp; Cláudio Pinto, da Semob; e ainda representantes do Código de Posturas e da Procuradoria Geral do município.
De acordo com Cláudia Maria, a comissão decidiu que os donos dos terrenos serão notificados sobre a obrigação de manterem os terrenos livres do lixo e mato. Se não houver resposta, a prefeitura vai efetuar a limpeza, mas o custo será cobrado dos proprietários. A comissão também estuda a padronização de material para que os proprietários cerquem o terreno. Depois de concluído o estudo, o mesmo será enviado à Câmara de Vereadores para que a obrigatoriedade seja transformada em lei, o que vai beneficiar a população. “Isso vai obrigar os proprietários a manterem limpos suas áreas, para evitar problemas para a população em geral”, diz Cláudia Maria.
Aterro sanitário de referência mundial
Todo o lixo de Macaé é recolhido e vai para o aterro sanitário localizado nas proximidades de Cabiúnas. Segundo o secretário Executivo de Meio Ambiente, Henrique Emery, o atual aterro sanitário do município está saturado. Ele diz que está no planejamento da prefeitura para 2008 construir um novo aterro sanitário para depositar o lixo coletado. Está em estudos na secretaria Executiva de Meio Ambiente o local, onde será construído o novo aterro. Emery ressalta que o projeto está pronto e o aterro sanitário deverá estar funcionando no meado do próximo ano.
- Macaé terá um aterro sanitário de primeiro mundo. Estamos concluindo estudos para escolher o melhor lugar para a construção – completa.
A composição física do lixo em Macaé
Um terço das 250 toneladas de lixo recolhido são de matéria orgânica (restos de comida, folhas, frutas e verduras), 100 toneladas de rejeito ainda não reciclável (isopor, fraldas, papel carbono, embalagens de agrotóxicos, lâmpadas fluorescentes, pilhas e baterias, etc...), e 30 toneladas de materiais recicláveis (papéis, vidros, plásticos e metais). O lixo orgânico pode ser transformado em composto, um excelente fertilizante para ser utilizado no solo.