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Bahuan foi entregue em campanha da Secretaria de Meio Ambiente contra animais em cativeiro
Com a parceria da Ong Amigos da Serra, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semmaurb) prossegue com a reabilitação do macaco bugio, no Parque Atalaia, antes de devolvê-lo para seu habitat natural – a Mata Atlântica.
O animal silvestre, que já foi batizado pelos técnicos com o nome de Bahuan, foi mantido durante um bom tempo em cativeiro numa residência macaense. Ele foi entregue após a campanha pró-ativa, promovida pela Semmaurb para que a população levasse os animais silvestres para a Praça Washington Luíz.
Segundo o biólogo Alexandre Bezerra, essa espécie - encontrada na Mata Atlântica (da Bahia ao Rio Grande do Sul) e no cerrado - tem uma média de 48 horas até seis meses para ser totalmente reabilitado e isso depende também da alimentação que está recebendo.
- Antes, no cativeiro ele estava se alimentando de comida caseira, pão e frutas. Como o Bahuan só tem cinco meses, ele terá que aprender a se alimentar sozinho e saber qual o alimento certo a partir de agora. Seu alimento básico deverá ser de folhas como broto de embaúba, de figueira nativa e frutos silvestres, como a aroeira, sustentou o biólogo Alexandre Bezerra.
De acordo com o secretário de Meio Ambiente e Urbanismo, do Município, Maxwell Vaz, que esteve nesta semana visitando Bahuan, no Parque Atalaia, mesmo com a entrega de apenas dois animais silvestres, a campanha foi válida.
- Por ser uma atividade ilegal, manter os animais silvestres em cativeiro, as pessoas não quiseram se expor. Assim, nós recebemos na Praça Washington Luiz apenas dois animais, uma cobra maturana e o macaco bugio. Mas, a campanha foi válida porque sensibilizou e mobilizou as pessoas a procurarem a secretaria, disse, revelando que a prefeitura já tem um projeto que vai dar condições técnicas para atender a demanda da região, o Centro de Reabilitação dos Animais Silvestres (CRASI).
Com relação ao macaco bugio, Vaz disse ainda que Bahuan é uma das espécies importantes de primatas que habitam na Mata Atlântica, que após sofrerem algum tipo de agressão ou serem mantidos em cativeiro são reintroduzidos em seus habitats.
Parceria – Depois de reabilitado por técnicos da Semmaurb e uma equipe da Ong Amigos da Serra é que Bahuan poderá ser solto na mata. O presidente da Ong, Leonardo Mussi disse que a organização, localizada na Serra de Macaé, tem feito muitos trabalhos semelhantes pelo meio ambiente.
- Nossa intenção, nessa parceria com a Semmaurb, é colaborar com a estrutura técnica para a reabilitação e soltura dos animais silvestres. Há mais de dois anos trabalhamos em prol do desenvolvimento sustentável de nossa região – ressaltou.
Características – O macaco bugio, também chamado de guariba, macaco ruivo ou gritador barbado é do gênero Alouatta. É um animal de corpo maciço, pesando cerca de 7 Kg, de cabeça e corpo atinge entre 440 a 570 mm, possui cauda preênsil de 510 a 610 mm, a face é desnuda e exibe uma barba vasta, por esta característica é conhecido como macaco barbado. Este gênero possui oito espécies que se distribuem desde o México até a Argentina. São animais diurnos, e chegam a formar grupos de até 15 indivíduos. Alimentam-se de folhas (60%) e frutos.