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Prefeitura continua com campanha Não dê Esmolas

26/02/2009 11:02:11 - Jornalista: Lourdes Acosta

Foto: Arquivo Secom

Pousada da Cidadania é um dos projetos sociais para resolver o probelam do morador de rua

Com o objetivo de conscientizar as pessoas residentes e trabalhadoras de Macaé, que oferecer dinheiro pode manter o pedinte nas ruas, a prefeitura, através da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semuas), intensifica por tempo indeterminado a campanha "Não dê esmola".

Lançada este mês com o slogan "Esmola é o pior lado da moeda", a campanha espera atingir todas as pessoas que, sensibilizadas com a condição em que vivem muitos mendigos, acabam oferecendo ajuda financeira como forma de compensar sem se importar com as conseqüências geradas por este ato.

- Nos dias de hoje, dar esmola não ajuda quem perambula pelas ruas, apenas estimula a maioria dessas pessoas a continuar vivendo sob marquises e pontes na cidade. Constatamos que em 90% dos casos, essa atitude acaba tendo o efeito oposto, pois ao invés de ajudar, acaba estimulando os pedintes a se conformarem com o tipo de vida que estão vivendo, revelou o secretário de Assistência Social, Júlio César de Barros.

De acordo com Barros, após o levantamento das estatísticas resultantes de ações promovidas pela Secretaria este ano, ficou comprovado que a grande maioria das pessoas que vivem nas ruas está envolvida com álcool e drogas e que, em vez de comprar comida com o dinheiro que recebem, acabam utilizando-o para adquirir essas substâncias e colocando em risco a segurança da população, inclusive, daquele que ofertou o dinheiro. "Temos de oferecer nova oportunidade para o resgate da cidadania, mas sem incentivar a mendicância", pontuou o secretário.

Conscientização - A filosofia da campanha é fazer com que cada cidadão reveja sua atitude ao dar um trocado ou uma moeda, pois esse ato pode contribuir com a permanência de quem tem a chance de sair das ruas, através do trabalho da prefeitura, mas, acaba ficando ainda mais aprisionado ao vício.

Entre os programas destinados a dar integridade e a acolher o morador de rua está o projeto "Cidadania e Dignidade" - possibilita retorno à cidade de origem para quem veio a Macaé em busca de lugar no mercado de trabalho e, por um ou outro motivo, não teve êxito. Outro projeto mantido pelo município é a Pousada da Cidadania, um espaço que abriga moradores de rua, oferecendo acompanhamento médico, psicológico e de reabilitação social.

A pousada é um abrigo municipal que tem cumprido seu papel de re-inserção social ao ex-morador de rua e que fica localizada no bairro do Barreto. Lá o ex-morador de rua encontra referência e atendimento de uma equipe formada por coordenador, assistente social, psicóloga, pedagogo, médico, monitor, auxiliar administrativo, técnico de enfermagem, motorista, cuidador, vigia e enfermeiro, sendo os três últimos em regime de 24 horas de plantão.

Perfil - O perfil da população de rua em Macaé foi levantado pela Semuas para embasar os trabalhos de atendimento e encaminhamento. Na pesquisa apurada 41% dos entrevistados estão no município a menos de seis meses e 22% com mais de cinco anos. Nas informações coletadas ficou revelado que 89% são do sexo masculino com predominância da faixa etária entre 40 e 59 anos, seguido por pessoas com idade entre 30 e 39 anos e de 19 e 29 anos. Por último, a faixa etária de 60 a 65 anos de idade. Outro dado da pesquisa revela que a maioria é oriunda do estado da Paraíba (29%) sendo seguida pela cidade de Campos (19%), Rio de Janeiro (14%) e lugares como Juiz de Fora, Vitória, São Paulo e Cordeiro.