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Prefeitura e Governo Federal formam artesãos no Assentamento Celso Daniel

21/05/2008 17:14:32 - Jornalista: César Dussac

O Assentamento Celso Daniel, em Macaé, conta, agora, com 40 artesãos qualificados para trabalhar com fibra de bananeira. Nesta quarta-feira (21), terminou a primeira parte (120 horas) do curso, referente à produção; as 40 horas restantes destinam-se às aulas de auto-gestão, com o encerramento marcado para sábado (24).

O curso nasceu da parceria entre a Prefeitura de Macaé, por intermédio da secretaria executiva de Trabalho e Renda (Semtre) e o Plano Setorial de Qualificação Profissional (Planseq) do Ministério do Trabalho e secretaria nacional de Economia Solidária.

A gerente de Incubadora de Empreendimentos de Macaé, da Semtre, Maria Amélia Gonçalves, explicou a participação da secretaria na formação dos artesãos. “Conforme orientação do secretário Robério Fernandes, o trabalho da Incubadora é dinamizar as ações, é orientar os cooperados na busca de espaços e oportunidades que gerem renda. Este grupo encerra, hoje, toda parte de confecção dos produtos e inicia as aulas de auto-gestão. São 40 pessoas que já se conhecem, trabalham na Feira da Incubadora, às sextas-feiras. Estiveram juntas, semana passada, na Feira de Responsabilidade Social”, informou Maria Amélia.

A coordenadora geral do Planseq, artesã Margareth Azevedo, especializada em tecelagem, deu notícia ao grupo de uma oportunidade de venda dos produtos. “De 27 a 30 de agosto próximo, vai acontecer em Rio das Ostras o X Encontro Nacional de Educação de Jovens e Adultos. Este grupo poderá confeccionar parte dos brindes, que serão entregues aos 700 delegados. O evento está sob a responsabilidade do Serviço Especial do Comércio (Sesc), com a participação do Ministério da Educação, do Trabalho, Serviço Nacional da Indústria (Senais) e prefeitura de Rio das Ostras”, informou Margareth.

Omar Peçanha é o professor do curso. “Utilizamos a fibra natural da bananeira, somente a que já deu cacho, a partir do pseudo (falso) caule – formado por folhas. Os alunos aprendem a desfibrar, secar e armazenar a matéria prima. Em seguida, aprendem a criar e confeccionar as peças”, explicou.

José Luiz da Silva é o responsável pelas aulas de auto-gestão, em que o artesão vai aprender a gerir seu negócio. “São cinco dias (40 horas) de curso. A autogestão é a base da economia solidária, e a base da autogestão é o trabalho coletivo, que também pode ser individual associado. Por exemplo: o artesão autônomo pode participar da compra coletiva de matéria prima, o que vai baratear o preço. Influi na ponta, no preço do produto final, o que permite a competitividade no mercado. Sugerimos aos artesãos a formação de associação, o que possibilita a administração colegiada”, concluiu.

Cinco alunos deram opinião sobre o curso. Para Sônia da Silva, “através dessa formação, todos viram que é viável ter uma boa renda, com a especialidade em fibras e, principalmente, com a fibra de bananeira”; Márcia Valéria Monteiro falou da matéria prima. “Somos 188 famílias assentadas. Quase todas têm bananeiras no quintal, que significa matéria prima barata, sem custo. Com as técnicas e a arte, temos tudo para crescer”, observou. Aldinéia Espiridião mostrou disposição. “Quero logo trabalhar, produzir. Aprendi o que não esperava aprender. Agora, é só pensar em faturar”, comemorou. Arenilton da Silva e Genivaldo da Silva, os únicos homens da turma, além de aprender, ajudam as colegas na busca da bananeira e na preparação da matéria prima.