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Reunião pontua importância do atendimento inicial, feito pelo 190
"Receber acolhimento durante uma ocorrência de violência doméstica é essencial para a mulher", destacou a coordenadora do Centro Especializado de Atendimento à Mulher Pérola Bichara Benjamim, Jane Roriz, durante roda de conversa realizada semana passada com os policiais militares do 32° BPM que atuam na Sala de Operações e, também, com as Patrulhas Maria da Penha de Macaé e Rio das Ostras. O encontro foi realizado no batalhão.
A ação segue as diretrizes do 6° CPA de Capacitação Continuada dos policiais militares para melhoria da assistência nas ocorrências de violência doméstica. De acordo com o Coronel André Henrique de Oliveira Silva, a iniciativa teve como proposta treinar os profissionais para serem acolhedores das vítimas de violência doméstica, tendo em vista a grande demanda desse tipo de ocorrência na área do batalhão.
"O objetivo foi orientar esses policiais para que eles possam receber a mulher vítima de violência no primeiro atendimento, por meio do 190, de acordo com a Lei Maria da Penha. Ao final foi entregue um certificado de participação", destacou o tenente.
A atuação do agente de segurança, a Lei Maria da Penha e a rede de proteção foram os temas abordados pela coordenadora do Ceam durante a roda de conversa.
"Fizemos uma apresentação dos dados de violência e pensamos na criação de estratégias sobre como oferecer um acolhimento adequado à mulher vítima de violência, estimulando a confiança da vítima, entendendo a relevância da não revitimização para a efetividade da intervenção policial", pontuou Jane Roriz.
Na ocasião, a coordenadora do Ceam ainda abordou os desafios de como evitar a desvalorização da gravidade dos fatos; os questionamentos de maneira hostil e a veracidade das declarações da vítima.
A ação contou ainda com a palestra da Bacharel em Segurança Pública pela Universidade Federal Fluminense e Mestranda no Programa de Sociologia e Direito pela mesma Universidade, Elisângela Oliveira, que teve como proposta sensibilizar os agentes sobre o seu papel.
"Iniciativas como a realizada pelo 32º BPM são fundamentais para suscitar reflexões importantes acerca do acolhimento, o estímulo da confiança da vítima e a desmistificação de valores cultuados em nossa sociedade. A ideia é contribuir para o aumento da efetividade policial nesses casos. Somente em 2018, por mês, 94 mulheres foram vítimas de lesão corporal dolosa no município de Macaé e outras 1.091 mulheres sofreram ameaças ao longo do ano", disse a palestrante.
Para coordenadora do Ceam, esse número se deve ao empoderamento feminino e ao rompimento do ciclo da violência doméstica. "As mulheres estão cada vez mais empoderadas. O número de casos pode estar relacionado ao acesso às informações. O objetivo da Lei Maria da Penha é a prevenção. Essas mulheres estão conhecendo a rede de proteção e, com isso, se sentem mais confortáveis e encorajadas para denunciar", revela Jane, que ainda elogiou a iniciativa do Coronel André Henrique de Oliveira Silva.
O Ceam fica na Rua São João, 33, Centro, ao lado da 123ª DP. Mais informações pelo número 2796-1045.