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Prefeitura participa da 17ª Conferência Internacional de HIV/AIDS

19/08/2008 09:44:04 - Jornalista: Cesar Dussac

Modelo brasileiro – prevenção e tratamento - e circuncisão masculina foram sugeridos como combate à AIDS e doenças sexualmente transmissíveis, durante a 17ª Conferência Internacional de HIV/AIDS, na Cidade do México – primeira conferência sobre o tema realizada na América Latina - intitulada “Universal Action Now”, de 3 a 8 de agosto.

A prefeitura enviou ao evento, como representante, a coordenadora do Programa Municipal de DST/HIV/AIDS, Vera Cristina Andrade. “A conferência ressaltou a urgente continuidade de se fortalecer ainda mais a atenção médica e hospitalar às pessoas que vivem com HIV/AIDS, que tenham acesso aos medicamentos anti-retro-virais (ARV’s). Apesar dos progressos já alcançados, especialistas se indagam se o momento é de revisar as políticas de prevenção tradicionais, praticadas no exterior.

A conferência trouxe à discussão a estratégia brasileira de lidar com a AIDS, segundo o relato de Vera. O ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, em sessão plenária, defendeu a estratégia de combinar prevenção e tratamento como base da resposta à epidemia de AIDS no mundo, procedimento comum no Brasil.

- Clinton citou o exemplo do Brasil, que tem como base de sua política o balanceamento entre as duas ações. Com base em pesquisas, Clinton disse que há evidências de que o tratamento melhora a qualidade de vida das pessoas com AIDS e, no caso de gestantes soropositivas, consegue reduzir a menos de 1% o índice de transmissão do HIV da mãe para o filho, estatística de conhecimento de quem lida com a doença no Brasil, ressaltou a coordenadora do DST/AIDS de Macaé.

Foram apresentados dados de pesquisas em que ainda prevalecem e se expandem os grupos vulneráveis como os HSH (Homens que fazem sexo com homens) e UDI´s (Usuários de Drogas Injetáveis), o que provoca epidemias generalizadas.

- A prevenção do HIV está focada em três pilares estabelecidos como: promoção e distribuição do preservativo, acesso ao aconselhamento e ao teste voluntário, e tratamento das outras DST´s. Embora seja difícil manter o constante uso de preservativos, a abstinência não parece ter um maior impacto e não é provável que os dados epidemiológicos do HIV mudem o curso da epidemia. Outros métodos preventivos foram discutidos na conferência, principalmente a circuncisão masculina (retirada do prepúcio, pele que encobre o corpo do membro e a glande), que reduz significativamente o risco de transmissão do HIV entre os heterossexuais”, explicou a coordenadora.

Segundo Vera, também foi discutido o dramático impacto negativo que o estigma e a negação dos direitos humanos, incluindo a desigualdade entre homens e mulheres, continuam a ter sobre a eficácia do tratamento e prevenção do HIV.

- A violência, a discriminação e a repressão injustificada são fatos sociais que dificultam o acesso da população aos serviços de saúde e, obviamente, aos insumos de prevenção, testes diagnósticos e tratamento precoce das DST´s/HIV/AIDS, o que propicia o aumento dos casos de infecção.


Vera fez um breve histórico da utilização dos medicamentos retrovirais no país. “No Brasil, por exemplo, a oferta dos primeiros medicamentos anti-retrovirais começou em 1991. Três anos depois, iniciou-se a distribuição sistemática de preservativos, no Sistema Único de Saúde (SUS). Em 1996, foi aprovada a lei que garante o tratamento a todos os que precisem – o chamado acesso universal. Atualmente, 185 mil pessoas recebem, gratuitamente, as 17 drogas que compõem o chamado coquetel anti-aids. E, desde 1994, mais de 1,5 bilhão de preservativos foram distribuídos no país”, concluiu.