A prefeitura vacinou, gratuitamente, cerca de 20 mil cabeças de gado de pequenos produtores rurais de Macaé - que representam 20% do total de 100 mil animais do município - contra a febre aftosa e a raiva durante a primeira etapa da campanha nacional que foi encerrada no último dia 31. O rebanho local também foi vacinado contra a raiva.
O resultado superou a expectativa, tendo vacinado todo o rebanho de 652 produtores que têm até 100 cabeças de gado, tanto de corte quanto leiteiro, contemplados com o trabalho das equipes da Subsecretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento, vinculada à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico.
O médico veterinário responsável pela vacinação do rebanho, José Carlos Chagas de Souza, diz que no total realizaram o trabalho 12 equipes da prefeitura, sendo que quatro atuaram somente na região serrana. Segundo ainda ele, para agilizar a ação e o município ter o resultado esperado dentro do prazo da campanha, a Agricultura treinou vacinadores no Assentamento Rural Celso Daniel, utilizando moradores do local para vacinar o rebanho do assentamento.
- Isso foi peça importante para o sucesso da campanha contra a aftosa em Macaé. Aproveitamos e vacinamos nosso rebanho contra a raiva, informa o veterinário.
Ele afirma que os pequenos produtores representam 20% de todo o gado do município, ou seja, 80% pertencem a médio e grande produtores locais que, conforme a legislação nacional, têm de comprar a vacina nas lojas agropecuárias credenciadas e aplicá-la em todos os animais. Mas estes devem prestar contas ao Núcleo da Defesa Animal do Estado do Rio de Janeiro.
- Aqueles que não vacinaram seus animais vão pagar multa. Quem não fez dentro da campanha, não pode nem comprar mais a vacina, somente com autorização do Núcleo Estadual. Estes ficarão ainda proibidos de fornecer leite para as cooperativas e de transportar os animais, porque para isto precisam da Guia de Trânsito de Animais (GTA) só emitida para produtores que vacinaram seu rebanho de bovinos e búfalos, explica o médico veterinário.
José Carlos lembra que o Estado do Rio está livre da aftosa há 13 anos, mas a vacinação contra a doença continua obrigatória. A multa para quem não vacinou o rebanho é de R$ 82,10 por cabeça.
O veterinário diz que, assim que concluiu a vacinação dos animais dos pequenos produtores rurais, a prefeitura disponibilizou gratuitamente as equipes de vacinadores aos médio e grande produtores que não contam com estrutura para a aplicação nos animais.
- Para estes a prefeitura só não doou as vacinas que foram somente para beneficiar os pequenos produtores, observa José Carlos. Ele acrescenta que o resultado da campanha foi positivo em Macaé porque o município recebeu as doses logo no início e imediatamente começou a vacinar o rebanho.
A campanha de vacinação faz parte do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (Pnefa), que tem coordenação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e segue diretrizes estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde Animal.
A campanha é compartilhada entre os governos federal, estaduais e municipais e setores privados e acontece duas vezes por ano, sempre em maio e novembro.
A vacinação tem que ser feita obedecendo a critérios estabelecidos mundialmente como resistência a agentes físicos e químicos, sendo preservada por refrigeração e congelamento, e progressivamente inativada por temperaturas superiores a 50ºC.
Febre aftosa é uma doença infecciosa aguda que causa febre, seguida do aparecimento de vesículas (aftas), principalmente na boca e nos pés de animais de casco fendido. É causada por um vírus do qual existem sete tipos que produzem sinais clínicos similares e só podem ser identificados em laboratório.
Os sinais clínicos são: febre, inquietação, salivação, babeira, dificuldade de mastigar e engolir alimentos, tremores, queda na produção de leite, dor nas tetas ao ser ordenhado ou quando amamenta, manqueira e ferimentos nos pés, boca, patas e úbere de bovinos, búfalos, caprinos, ovinos, suínos e outras espécies de casco fendido.
A raiva é também conhecida como hidrofobia, doença causada por um vírus e pode infectar qualquer animal de sangue quente, porém só se desencadeia em mamíferos como os bovinos, além de cachorros, gatos e o ser humano.