Oitenta e cinco profissionais de saúde participaram nesta sexta-feira (10), do curso de Ventilação Mecânica em Pediatria, na Sala do Centro de Estudos do Hospital Público Municipal (HPM).
Destinado a fisioterapeutas, pediatras, enfermeiros e estudantes de áreas afins, o treinamento intensivo ocorreu durante todo o dia e se iniciou com a palestra do pediatra Rafael Vicente, Mestre em Saúde da Criança pelo Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) e Terapia Intensiva da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), trabalhando atualmente no setor de pediatria do HPM.
Ao abordar temas como “Bases da fisiologia respiratória” e a “Relação entre ventilação e hemodinâmica”, Rafael Vicente enfatizou os princípios da parte preparatória para a inserção do profissional de saúde no manuseio da ventilação mecânica invasiva e não-invasiva, que são modalidades de suporte respiratório para crianças com quadro de insuficiência respiratória aguda, ou crônica, ou ainda persistente.
Ele alertou os participantes sobre a aplicação prática do dia-a-dia, para que o profissional tenha uma visão dos eventos que sua intervenção deflagra, “do ponto de vista anátomo-estruturo-funcional, no universo macroscópico, microscópico e molecular”.
Com um público bastante diversificado e formado por profissionais e estudantes de toda região Costa do Sol e Norte-Fluminense e do estado do Espírito Santo, o curso oferecido pelo HPM, no intuito de dar assistência melhorada aos pacientes, teve o principal objetivo de repassar conhecimentos aos envolvidos no atendimento à criança criticamente enferma. O evento faz parte do programa de Ação Continuada do HPM, que trabalha na formação e treinamento dos profissionais da área da saúde.
Para Eugênia Franco Rosa, 19 anos, acadêmica de fisioterapia e técnica de enfermagem de Casimiro de Abreu, o treinamento foi muito útil e veio em boa hora. “O curso foi muito proveitoso, até porque nós, profissionais, precisamos sempre nos reciclar. A palestra de Dr. Rafael engrandeceu meus conhecimentos e aprofundou as questões da fisioterapia atual”, disse.
Segundo Carlos Eduardo M. Pinho, Mestre em Terapia Intensiva pela Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva (SOBRATI), a fisioterapia na Unidade de Tratamento Intensiva é recente e por isso não há um conhecimento profundo dessa ação na UTI. Em sua palestra, Dr. Eduardo falou sobre Ventilação invasiva e não-invasiva em Neonatologia e a respeito da atuação do fisioterapeuta na UTI.
- Na verdade, a gente tem diversas rotinas. Temos sempre sugerido uma intervenção assistencialista porque, na maioria dos lugares onde se trabalha, a figura do fisioterapeuta é paliativa. Então, temos que desmistificar e colocar que a presença do fisioterapeuta na equipe é muito importante, frisou. Pinho falou ainda de sua experiência como chefe de fisioterapia do Hospital Estadual Rocha Faria, em Campo Grande, e no Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, de Acari, como coordenador da UTI neonatal e da CTI pediátrica.
A fisioterapeuta da Secretaria Especial Municipal de Educação, Cristina Guimarães, 22 anos, revelou que o conteúdo e a dinâmica aplicada do curso foram valiosos. “Com certeza me enriqueceram e irão somar à pós-graduação que farei em fisioterapia”, disse.
Fizeram parte da grade de palestras também o professor Carlos Alberto Bhering, Doutor em Saúde da Criança do Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) e Mestre em Pediatria pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o Dr. Newton José, do HPM, que coordenou o evento, com o apoio de Liliane Bocanpagni, do Centro de Estudos do HPM.