Com o objetivo de explorar a potencialidade da região, promovendo o gerenciamento integrado de agroecosistema em microbacias hidrográficas do norte e noroeste fluminense, autoridades e idealizadores do Rio Rural fizeram uma apresentação do projeto, na noite de quinta-feira (8), para comunidade local. Realizado pelo Governo do Estado, em parceria com a prefeitura de Macaé e o Banco Mundial, o programa será iniciado na região da microbacia do Rio D`Antas, na Bicuda Grande, atendendo também as comunidades de Serra Escura e Duas Barras.
Coordenando as ações do Rio Rural na região, o engenheiro agrônomo da Fundação Agropecuária de Abastecimento e Pesca (Agrape), apresentou o conteúdo do Plano Executivo da Microbacia do Rio D`Antas, a primeira a ser atendida na região. A Microbacia do Rio D`Antas é uma das dez situadas no município de Macaé, sendo área de preservação permanente, importante remanescente da Mata Atlântica.
Além da microbacia do Rio D`Antas, o projeto também será implementado em mais de 49 microbacias localizadas em 24 municípios e nas sub-bacias dos rios Imbé, Muriaé, Doce / Canal Quittingute e bacias costeiras do entorno da Estação Ecológica de Guaxindiba.
Para o secretário estadual de Agricultura, Abastecimento, Pesca e Desenvolvimento do Interior, Cristino Áureo, a realização do Rio Rural, especificamente na Bicuda será um marco inédito para região.
– O projeto no interior é voltado especificamente para o pequeno agricultor, o agricultor familiar. O Rio Rural tem um significado enorme porque através do financiamento começaremos a fazer a recuperação do meio ambiente do interior, repondo as condições originais das matas, das nascentes e conseqüentemente melhorar a qualidade de vida dos moradores – disse o secretário estadual.
Áureo disse ainda que este ano será iniciado os trabalhos de saneamento rural, já que muitas ações de investimentos em saneamento contemplam apenas as zonas urbanas, e não as zonas rurais. Segundo o secretário, será um feito inédito no interior, eliminando as possibilidades de famílias consumirem água contaminada por dejetos de outras famílias na mesma microbacia.
Além desses trabalhos, serão feitos investimentos, especificamente na Bicuda, para um modelo de produção voltado para fruticultura, criação de peixes, toda parte ambiental, projetos de pecuária, principalmente, a leiteira.
Fruto do bom entendimento com o Governo do Estado, a Prefeitura de Macaé será parceira das ações na região. Representando o prefeito Riverton Mussi, a presidente da Agrape, Mariana Machado, valorizou o bom entendimento das esferas municipais e estaduais.
– O bom entendimento do prefeito Riverton Mussi com o governo estadual permite que mais ações e mais investimentos sejam implementados em nossa região. O Rio Rural é mais um convênio que vem para somar em nosso município e a prefeitura, através da Agrape, dará apoio técnico importante para auxiliarmos nossos agricultores, pecuaristas e pescadores – disse Mariana Machado.
Durante o evento, que contou com adesão da comunidade local, foram apresentadas as ações que a região da Bicuda receberá. Entre elas, destacam-se: as atividades de reflorestamento das margens dos rios com consentimento do proprietário, a recuperação envolta das nascentes, o uso de adubação verde com inhame e capineira, a proteção de nascentes e mata ciliar, a implantação do viveiro florestas com estufas e produção de mudas, e sistemas agroflorestais com projetos de preservação, conscientização e educação ambiental.
Além das ações, serão disponibilizadas 170 vagas para cursos e treinamentos de capacitação nas atividades agropecuárias. Com apoio da secretaria Executiva de Trabalho e Renda (Semtre) serão oferecidas aulas nas disciplinas: proteção de nascentes, coleta de sementes e espécies florestais, produção de mudas diversas, tratamento de doenças em bovinos, legislação ambiental, legislação trabalhista rural e uso de energias alternativas.
O Rio Rural é um instrumento de planejamento que visa à auto-gestão comunitária para manejo sustentável dos recursos naturais. Englobando objetivos sociais, econômicos e ambientais, o projeto visa recuperar a potencialidade dos recursos naturais renováveis, como o solo, a cobertura florestal, corpos hídricos, mas também pretende gerar ocupação, emprego e renda para a comunidade.
Com atuação da prefeitura de Macaé, o projeto contará com a participação da Agrape, Empresa Pública Municipal de Habitação Urbanização, Saneamento e Águas (Emhsua), e as secretarias executivas do Interior, de Trabalho e Renda e de Meio Ambiente.