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Projeto “Professor Investigador” recomeça dia 27

18/04/2006 15:40:37 - Jornalista: Alexandre Bordalo

O projeto “Profissão: Professor Investigador – Estudo da História Local”, da secretaria de Acervo e Patrimônio Histórico de Macaé, está de volta. No próximo dia 27, às 14h, no Solar dos Mellos, a professora Márcia Amantino dará a aula inaugural do curso, voltado para professores.

Ela ministrará palestras sobre o que há de mais recente nas pesquisas sobre a História da África e a cultura Afro-Brasileira. A professora é doutora em História Social pela UFRJ, fazendo parte do programa de mestrado da Universidade Salgado de Oliveira, onde dá aulas de História da África para a graduação.

Segundo ela, Macaé possui documentação eclesiástica, cartorária e judiciária significativa. “A cidade teve um grande número de escravos e todos estão registrados em documentos de batizado, casamento e óbito das igrejas católicas”, destacou Márcia. Estes registros serão analisados com o objetivo de avaliar o perfil dos escravos, sua cultura, origem e padrão etário.

Além dos registros nas igrejas católicas, outra fonte deste estudo são os jornais do século XIX, onde há relatos de fugas de escravos. Ela mostrou o jornal O Constitucional, publicado em Macaé, no mês de agosto de 1886. Nota fora divulgada oferecendo cem mil réis a quem prendesse e entregasse aos donos o escravo Manuel.

O projeto Professor Investigador já tratou de temas históricos de Macaé e região para mais de 120 professores de História e de outras matérias. Segundo a coordenadora do projeto, a professora Gisele Muniz Santos, o objetivo é oferecer aos profissionais de ensino conhecimento do que há de mais novo em pesquisas. Para isso, foram realizados três encontros em 2005, coordenados por historiadores e profissionais ligados a esta área. O público tem sido composto, principalmente, por professores de ensino fundamental.

A professora Gisele acrescentou ainda que o projeto busca englobar a história local, em uma estrutura maior. “O Professor Investigador é resultado de parceria entre as secretarias de Educação e de Acervo e Patrimônio Histórico”, acentuou.

De acordo com ela, o Professor Investigador levou a história do quilombo à região serrana, em especial à comunidade do Trapiche. É que antes que os meios de comunicação divulgassem, alunos da Escola Municipal Carolina Curvelo Beijamin ficaram sabendo que próximo à instituição de ensino houve um quilombo. “Agora eles olham a paisagem com outro olhar”, enfatizou o secretário de Acervo e Patrimônio Histórico, professor Ricardo Meirelles.

Os módulos do Professor Investigador realizados durante o ano de 2005 trataram de temas como “Os primeiros habitantes”, sobre os indígenas; “Dos Currais à Lavoura – da extração aos secos e molhados, que se refere ao comércio local e “A dinâmica e a representação de uma sociedade escravista”. Todos estes assuntos estão vinculados aos séculos XVIII e XIX.