Foto: Kaná Manhães
Iniciativa é da Subsecretaria de Políticas para as mulheres.
São Joanas, Marias, Marcias e muitos outros nomes. Todos eles fazem parte de um grupo de mulheres que, por talento ou necessidade, resolveram aprender maneiras criativas de garantir o sustento da família. Muitas integram a Subsecretaria de Políticas para as mulheres, da Prefeitura de Macaé, que mantém desde o último mês de março o Espaço Mulher Cidadã Erosita França Leclerc. Lá são realizadas atividades de integração social e capacitação profissional como o workshop de penteado e maquiagem que começou nesta segunda-feira (25). Durante quatro semanas, 60 mulheres vão aprender as principais técnicas de beleza utilizadas nos salões mais badalados do Brasil.
O curso está divido em duas etapas. Duas turmas de 30 mulheres vão aprender os princípios básicos de penteado e técnicas mais avançadas de maquiagem, que serão aplicadas em parceria com a empresa de cosméticos Mary Kay. O principal objetivo do workshop é incrementar a renda das mulheres. A maioria delas já são alunas em cursos do Espaço Leclerc.
- Queremos ajudá-las na geração de renda, incrementando aquilo que elas aprenderam aqui, no curso de cabeleireiro. Muitas dessas mulheres são chefes de família e precisam lutar muito para sustentar suas casas. Aqui elas tornam-se profissionais capacitadas -, pontuou a gerente de Políticas Públicas em Cidadania, Trabalho e Geração de Renda, Kátia Valenty.
Os cursos promovidos pelo Espaço Mulher Cidadã são tão concorridos que existe uma fila de espera. As maiores demandas são para as áreas de Cabeleireiro, depilação, artesanato, decupagem e culinária. Além desses, o Espaço oferece cursos em parceria com o SEBRAE e palestras de orientação para meninas do Projeto Nova Vida. Os temas são sexualidade e gravidez na adolescência.
- Aqui as mulheres interagem, adquirem conhecimento e turbinam sua renda mensal. É um espaço de troca de saberes e que ajuda na reintegração social. É gratificante atuar em um lugar onde as mulheres se sentem capazes de transformar suas próprias histórias-, reforçou Valenty.
A sergipana Fabiana Alvez é uma dessas mulheres. Há dois anos em Macaé, a nova cabeleireira chegou à capital do petróleo sem saber onde iria trabalhar.
- Cheguei aqui e procurei ajuda. Encontrei a subsecretaria e comecei a fazer cursos na área de salão de beleza. A partir de então minha vida mudou. Abri meu próprio salão em Trapiche. O mais interessante é que eu busco novidades, maneiras de crescer, e aqui sempre encontro -, contou a cabeleireira de 28 anos.
Seja nas chamadas indústrias criativas - que movimentam cerca de R$ 100 bilhões por ano no país – ou no mercado de beleza e estética, as mulheres tem procurado vias para sair do subemprego e garantir o sustento de suas famílias. No Brasil, estima-se que 35% das famílias sejam chefiadas por elas, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Já o número de cabeleireiros empreendedores individuais também cresceu:227% nos últimos 12 meses, segundo dados do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
