Alunos da rede municipal destacam cultura africana em mostra
Poemas que retratam o universo africano, contação de histórias sobre o continente, além de danças do Senegal e musicalidade, foram apresentados no auditório do Centro Administrativo Luiz Osório (Cealo), na manhã desta quarta-feira (26), por alunos do 6º ao 9º ano, do Colégio Municipal Engenho da Praia.
O evento foi uma culminância do projeto Ciranda de Papo e Memória direcionada aos educadores e “Fala Jovem”, ação voltada para alunos com ênfase para cultura de paz. O objetivo foi valorizar a cultura negra, partindo do fato de que no último dia 20 ocorreu o Dia Nacional da Consciência Negra. A ocasião foi marcada pela equipe da Coordenadoria Extraordinária da Igualdade Racial e das subsecretárias de Educação, Ana Lúcia Fidalgo (Administrativa) e Mônica Couto (Educação na Saúde, Cultura e Esporte).
Segundo a coordenadora Extraordinária da Igualdade Racial (Cepir), Zoraia Braz Dias, a exibição artística dos alunos do Engenho da Praia e os trabalhos artísticos das unidades municipais Ivete Santana (Serra), Maria Isabel Damasceno Simão (Centro) e Paulo Freire (Lagomar) marcaram o encerramento das ações, voltadas para a lei 10.639/03. “Essas atividades demonstram a certeza de que a arte (poesia e dança) é trabalhada de modo a construir a identidade dos alunos, que têm se apropriado do entendimento da contribuição do negro para a construção da sociedade”, disse Zoraia.
Segundo a diretora do Colégio Municipal Engenho da Praia, Ivone de Jesus Rodrigues, toda a ação cultural realizada pelos alunos é baseada na origem da vida na África. “A herança africana para a literatura e para a ciência é estudada pelos estudantes, graças ao empenho dos professores de História, Geografia, Língua Portuguesa e Artes”, ressaltou. Ela acrescentou que o nome do projeto é “África, Mãe Terra”. Animada, a aluna e artista Ingrid Alves, 14 anos, disse que se dedica a dança há dois anos. "Amo estudar a história da África. Temos que valorizar a identidade do nosso país", contou.
De acordo com a subsecretária de Educação na Saúde, Cultura e Esporte, Mônica Couto, neste mês da Consciência Negra, diversas unidades municipais promovem programações específicas voltadas para o tema “Africanidade” com palestras e apresentações culturais. A intenção do ensino municipal é fortalecer a lei Federal 10.639/03, que torna obrigatório o ensino de História e Cultura Africana e Afro-Brasileira nas escolas de Ensino Fundamental e Médio. Essa lei altera a LDB (Lei de Diretrizes e Bases) e tem objetivo de promover uma educação que reconhece e valoriza a diversidade e origens do povo brasileiro.
Um dos destaques da rede municipal é a produção da obra ”O quilombo do Carucango” elaborada por cerca de 50 alunos dos 6º e 8º anos do Colégio Municipal Ivete Santana Drumond de Aguiar, situado no Frade. O livro conta com produção textual e ilustração dos estudantes que participaram de um projeto específico nas aulas de História. O quilombo é apontado como um dos maiores que existiu no Estado do Rio de Janeiro.
O encerramento da programação “Herança Africana” será, nesta quinta-feira (27), às 17h, na Câmara Municipal, com entrega de medalhas de honra ao mérito “Carucango” a representantes de Macaé. São eles: a subsecretária de Educação na Saúde, Cultura e Esporte, Mônica Couto; Colégio Municipal Ivete Santana; Conceição de Maria; Dilma Negreiros; Marilene Ibrahin; projeto Energia Solidária Proes; presidente do grêmio Nelson Mandela do Colégio Aplicação (CAp), Marcos Vinícius de Jesus; Luciano Ferreira; grupo Mistura Rica e o vereador Welberth Rezende.