Educação: Africanidade é tema de oficinas em mês da Consciência Negra
Foto: Juranir Badaró
O assunto é enfatizado entre professores e estudantes
A rede municipal de ensino segue trabalhando a conscientização racial de forma continuada. O tema é enfatizado entre os professores e estudantes em atividades como planejamento pedagógico, oficinas e palestras específicas. Durante o mês da Consciência Negra, cuja data alusiva é nesta quinta-feira (20), diversas unidades municipais promovem programações específicas voltadas ao tema “Africanidade” com palestras e apresentações culturais.
Além disso, neste mês, foram iniciados no Encontro Municipal de Profissionais da Educação (Empe) diálogos quanto a Africanidade, durante a oficina “Entre açoites e batuques. Contribuições para história dos africanos e seus descendentes no Brasil Escravista”. Na oportunidade, foram destacados eixos e temas como “História da África”,” Autonomia da População Escravista”, "Religião”, ”Formas de socialização”, além da ”Diversidade geográfica, cultural, crença e valores”. O conteúdo foi abordado seguindo trechos de livros e processos. De acordo com a secretária de Educação, Lúcia Thomaz, a intenção é reforçar o trabalho junto aos estudantes da rede municipal o ensino da história e cultura afro-brasileira.
A oficina ministrada pela historiadora Ana Lúcia Nunes Penha segue com um trabalho que está sendo articulado por representantes de diversas coordenadorias da Secretaria de Educação. Com a realização dos encontros a proposta é aprofundar as reflexões quanto ao tema e abordar a história levantada pela pesquisa que revela práticas e o cotidiano da cultura afro-brasileira.
A intenção do ensino municipal é fortalecer a lei Federal 10.639/03, que torna obrigatório o ensino de História e Cultura Africana e Afro-Brasileira nas escolas de Ensino Fundamental e Médio. Essa lei altera a LDB (Lei de Diretrizes e Bases) e tem o objetivo de promover uma educação que reconhece e valoriza a diversidade e origens do povo brasileiro.
A rede municipal também tem parceria com a Coordenadoria Extraordinária da Igualdade Racial (Cepir) que promove em datas específicas o projeto “Ciranda de Papo e Memória”. Considerado um sucesso nas unidades municipais de ensino, o projeto é direcionado aos profissionais de ensino e alunos com base na lei 10.639-2003, que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e inclui no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”.
Segundo a subsecretária de Educação na Saúde, Cultura e Esporte, Mônica Couto, o ensino municipal trabalha em consonância com a legislação, ao prever que os conteúdos voltados para o tema da “Africanidade” devem ser ministrados no âmbito de todo currículo escolar em áreas como Educação Artística, Literatura, História e Língua Portuguesa.
- O trabalho é diversificado nas escolas municipais. Podemos lembrar da obra ”O quilombo do Carucango” que foi produzida por cerca de 50 alunos dos 6º e 8º anos do Colégio Municipal Ivete Santana Drumond de Aguiar, situado no Frade. O livro conta com produção textual e ilustração dos estudantes que participaram de um projeto específico nas aulas de História, disse a subsecretária, que receberá no próximo dia 27, na Câmara Municipal, às 17h, a medalha de Honra ao Mérito Social, Carucango.
O quilombo é apontado como um dos maiores que existiu no Estado do Rio de Janeiro. O nome do quilombo refere-se ao seu líder chamado de Carucango, Curukango ou Querucango, em Moçambique. Hoje, Carucango é homenageado em municípios de Macaé e Conceição de Macabu, por marcar a história do negro no Brasil.