Projeto de Inclusão mobiliza alunos da Escola Anísio Teixeira
Foto: Érica Ferreira
Núcleo de Dança Portadores de Alegria se apresenta para alunos nesta quinta-feira
“Quem é Polivalente Inclui”. Este é o projeto que envolve os estudantes da Escola Estadual Municipalizada Polivalente Anísio Teixeira nesta quinta-feira (10) e sexta-feira (11) nos turnos da manhã e tarde. A unidade, situada no bairro Costa do Sol, atende os alunos do 6º ao 9º anos de escolaridade, que estudam nos turnos da manhã e da tarde. A escola conta com 970 estudantes do segundo segmento do Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos (EJA).
A programação, que mobiliza desde o mês de outubro, os alunos do Ensino Fundamental, está na etapa final. Os alunos da unidade desenvolveram atividades como produção de cartazes, peças e apresentações musicais. Toda ação foi voltada para refletir e produzir trabalhos para a inclusão em diferentes vertentes como mercado de trabalho, vida pessoal e acessibilidade. Além disso, o projeto também contou com gincana - a turma que vencer será contemplada com um passeio para o Parque Temático de Araruama.
Outra novidade é que durante a gincana, os alunos participantes arrecadaram materiais de limpeza e gêneros alimentícios, que serão doados para a Casa do Idoso.
Nesta quinta-feira (10), o projeto foi aberto com apresentação do Núcleo de Dança Portadores de Alegria, que atende pessoas com deficiência. O grupo foi elogiado pelas diversas manifestações artísticas. A intenção do núcleo foi abordar a importância das atividades artísticas como possibilidades terapêuticas e também mostrar o rompimento das barreiras.
O aluno Sávio Abreu, 17 anos, fez questão de participar da gincana. O jovem, que utiliza a sala multifuncional, confessou que se sente feliz com a união promovida na escola. “Fico feliz em ver toda a escola fazendo parte do projeto sobre inclusão. Não me sinto diferente de ninguém. Estudo, ajudo meus amigos e parentes. E no futuro, quero me dedicar aos esportes, principalmente ao basquete. Quero ser um jogador profissional”, contou.
Outros estudantes que participaram com empenho foram Johnatas dos Santos e Gilson Costa. Os alunos do 6º ano revelaram talento com a produção da música “Ser Deficiente”. O autor da letra, Johnatas dos Santos, contou que após a aula que a professora anunciou o projeto, ficou pensando em casa no que poderia fazer. “Passei a tarde pensando no respeito e no modo de vida das pessoas com deficiência. Daí, a letra ficou pronta”, destacou o estudante de 15 anos, após ser bastante aplaudido.
Também dedicado ao projeto, o colega Gilson Costa afirmou que logo atendeu ao pedido do colega para participar do projeto. "O Johnatas me mostrou a letra e fiquei refletindo na melodia. Acho que ficou bom. Todos aqueles que têm algum tipo de deficiência merecem o melhor”, comentou.
A professora da sala multifuncional, Janaína Stefanon, ressaltou que além de envolver os nove estudantes que utilizam o local, o projeto integra alunos, professores e funcionários.
- A pessoa com deficiência tem direito ao convívio não segregado e ao acesso imediato aos recursos disponíveis. E neste projeto, todos os estudantes puderam refletir, perceber e elaborar trabalhos que marcam a atuação da pessoa com necessidades educacionais especiais - ressaltou a professora.
A diretora da unidade, Sônia Maria Pereira, assinalou que esta é uma oportunidade para que os estudantes da escola aprendam mais sobre a inclusão. “O projeto é uma conquista que deu certo. A programação contribui para o processo ensino-aprendizagem e formação da cidadania”, salientou.
Atendimento Educacional Especializado
Segundo o censo de 2012, cerca de 480 alunos recebem pelo Atendimento Educacional Especializado (AEE). Os alunos que recebem trabalho da equipe de Educação Especializada nas 42 salas de recursos multifuncionais apresentam deficiência de natureza física, neurológica, sensorial, transtornos globais como autismo e síndrome do espectro autismo ou aqueles que têm altas habilidades (superdotação). Não são incluídos neste serviço os estudantes com dislexia e hiperatividade. O trabalho também conta com a atuação de professores especializados de Libras e Braile. A previsão é que três novas salas de recursos sejam abertas nas unidades municipais São Sebastião dos Quarenta, Maria Magdala Agostinho e Zélia de Aguiar.