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Macaé celebra Dia Nacional da Consciência Negra

18/11/2016 16:03:00 - Jornalista: Joice Trindade

Foto: Bruno Campos

Conteúdo é trabalhado nas 107 unidades municipais de educação

O Dia Nacional da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro, é lembrado até o final do mês com a realização de atividades e intervenções pedagógicas nas 107 unidades municipais de educação com o tema "Africanidade". Neste sábado (19), o Colégio Municipal Paulo Freire promove manifestações culturais e capoeira com os estudantes e a comunidade do Lagomar.

O Ciep Municipal Maringá segue durante toda a próxima semana com atividades: na terça-feira (22) haverá debate sobre cotas e ações afirmativas, às 8h30 e 11h. Já no turno da tarde, os representantes da Vice-Presidência de Promoção e Preservação da Identidade Cultural e Racial do Município (Cepir), Sandra Brandão e Dorniê Matias, participarão da ciranda especial na unidade. O momento contará com exposição de trabalhos e cartazes.

Na quinta-feira (24) vai acontecer a oficina de abayomis com produção de bonecas de pano negras, de formas e tamanhos variados. O destaque é que a confecção é muito simples, sem a utilização de cola nem costura, e os retalhos são apenas amarrados. Outro destaque será a realização das oficinas de turbantes, tranças e maquiagem.

Também serão promovidas contação de histórias e café literário a partir das 13h30. A partir das 15h serão realizadas apresentações de jogos africanos, dança afro e concurso de poesias. Na sexta-feira (25) haverá palestra e roda de capoeira com Manoel Vieira, o Mestre Dengo, às 10h e às 15h30.

Macaé desenvolve programa de Cultura Afro-Brasileira e Indígena

Em Macaé, a rede municipal conta com o programa de Cultura Afro-Brasileira e Indígena, com a proposta de instrumentalizar os educadores do município com as novas metodologias e informações para trabalhar com a temática das relações raciais, inserindo o indígena (Lei 11645/08). Esta é uma lei complementar à legislação 10.639/03, que institui a obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas.

Para intensificar o trabalho com foco para a africanidade, a rede municipal define os últimos detalhes da implantação da Biblioteca de Literatura Afro-Brasileira. O espaço, que irá funcionar na sede do Colégio Municipal Professora Maria Isabel Damasceno Simão, tem como objetivo atender a comunidade com títulos específicos com foco na africanidade.

A Biblioteca, segundo a subsecretária de Educação na Saúde, Cultura e Esporte, Andrea Martins, vai atuar em parceria com o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB) e será um dos únicos da região a tratar deste tema.

A ideia, segundo a secretária de Educação interina, Leandra Lopes, é intensificar a formação integral voltada para o reconhecimento das etnias, diversidade cultural, conscientização e valorização da identidade.

Para trabalhar com os conteúdos, as escolas recebem acompanhamento de orientadores pedagógicos e das equipes do Programa de Cultura Afro e Indígena, que visitam as unidades nos horários de planejamento.

Como reforço também acontece a capacitação para os educadores no curso de formação continuada, voltado para a temática de relações étnico-raciais. O módulo é desenvolvido pela equipe da Vice-Presidência de Promoção e Preservação da Identidade Cultural e Racial do Município (Cepir), em parceria com a Coordenação do Centro de Formação Carolina Garcia e Programa de Cultura Afro-Brasileira e Indígena da Secretaria de Educação.

Conteúdos são trabalhados em diversas disciplinas

Além disso, desde cedo, os pequenos da Educação Infantil conhecem os assuntos por meio de atividades como trabalhos coletivos e atividades individuais. Já no Ensino Fundamental e Médio, os conteúdos são trabalhados nas disciplinas de História, Artes, Literatura e Língua Portuguesa, além de projetos interdisciplinares.

Entre as escolas está a do Engenho da Praia que, neste mês, desenvolve a culminância do projeto "Africanidade" junto aos alunos do 6º ao 9º ano com dinâmicas, palestras e manifestações culturais.

PARCERIAS - A rede municipal comemora as conquistas deste segundo semestre. Uma delas é o sucesso do II Festival de Dança Africana e Afro-Brasileira de Macaé. A programação foi realizada com o objetivo de incentivar a valorização histórica cultural da população negra brasileira nas unidades de ensino.

Também foi firmada a parceria entre a Prefeitura de Macaé, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Secretaria de Educação, que resultou na assinatura de convênio que viabiliza a participação de graduandos e pós-graduandos, do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB) da Cidade Universitária, em atividades que objetivam a inclusão social e o empoderamento de crianças e jovens.

A iniciativa se mostrou possível a partir da parceria da Secretaria de Educação com o projeto de extensão "Promoção à Saúde Integral da População Negra e valorização da História e Cultura Afro-brasileira – Axé Saúde", coordenado pela professora Caroline Guilherme, do curso de Enfermagem e Obstetrícia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

O "Axé Saúde" busca desenvolver estratégias que viabilizam a promoção da saúde, o conhecimento da história e a cultura afro-brasileira a jovens e adolescentes assistidos pela ONG Raízes de Aruanda.