Merendeiras aprendem Manipulação e Beneficiamento do Pescado

Segue até sexta-feira (24) o curso Boas Práticas em Manipulação e Beneficiamento Artesanal do Pescado. A programação, iniciada na segunda-feira (20), conta com a participação de cerca de 40 merendeiras e visa levar conhecimento, orientar a aplicação de novas alternativas para diversificação do pescado com aproveitamento do produto e preparação do gênero em refeições como quibes, fishburguer, almôndegas e nugetts. A proposta é que, a partir dos resultados, o pescado seja incluído na merenda escolar da rede municipal, por meio da aquisição de produtores da Agricultura Familiar, possibilitando maior aceitação na alimentação escolar.

A programação, subdividida com aulas práticas e teóricas, é uma parceria entre a Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Fiperj) e as secretarias de Educação e de Desenvolvimento Econômico, Tecnológico e Turismo e a Subsecretaria de Pesca. As aulas teóricas acontecem no auditório do Mercado de Peixes. Já as práticas no polo Ajuda da Universidade Federal do Rio de Janeiro/Macaé. O curso é ministrado pelos técnicos extensionistas representantes do escritório da Fiperj Norte Fluminense I, Carlos Eduardo de Freitas Guimarães e Anderson Barros, e pelos representantes do escritório Norte Fluminense II, Vitor Naylor e Luiz Henrique Sousa.

Na terça-feira (21), a primeira turma com 20 merendeiras teve aulas práticas. Elas receberam orientações sobre beneficiamento e manipulação do filé de dourado e de goete. Aprenderam a produzir quibes e outros produtos. Uniformizadas e com materiais de proteção aprovaram a formação. “Foi bom fazer parte do curso. É a chance para melhorar nosso trabalho. Tivemos noções de limpeza e preparação do pescado. Trabalho, há 17 anos, no Colégio Municipal Wolfango Ferreira e esta é a oportunidade para atrair o gosto dos alunos pelo peixe”, contou a merendeira Tânia Regina Cardoso. Satisfeita com o curso, Janaína dos Santos, que atua na Escola Municipal de Educação Infantil Juventino Pacheco destacou que "o curso é maravilhoso". "Aprendermos técnicas de limpar o pescado e como reaproveitá-lo para produzir receitas que poderão ser oferecidas na merenda", comentou.

Entre as ações desenvolvidas no treinamento estão proporcionar conhecimento sobre novas tecnologias de beneficiamento, adoção de boas práticas de manipulação e conservação com a finalidade de minimizar perdas, evitar desperdícios durante o processamento e estimular o aproveitamento do pescado. As participantes serão habilitadas a reconhecer os riscos e perigos na produção de alimentos. As merendeiras também são orientadas quanto à prevenção de contaminação de doenças transmitidas por alimentos.

As aulas recebem acompanhamento da equipe de Nutrição da rede municipal. A coordenadora de Nutrição, Georgia Allen, observa que o treinamento é uma formação importante para motivar as merendeiras com a volta às aulas. “Além de aprenderem a manusear e transformar o pescado, as merendeiras recebem orientações de manipulação dos alimentos, que é essencial para o trabalho. O Guia Alimentar para População Brasileira, do Ministério da Saúde, recomenda o consumo de peixe, pelo menos, duas vezes na semana. O peixe apresenta alto valor nutricional, é rico em proteínas e ômega 3 e previne de doenças cardiovasculares, além de contribuir na capacidade de concentração”, explica.

Agricultura familiar - Com a formação, a Prefeitura de Macaé segue a determinação da Lei 11.947/2009 que prevê a aplicação de 30% dos recursos da merenda escolar, provenientes do governo federal, na compra de produtos da agricultura familiar como o pescado. O treinamento, segundo o secretário de Educação, Guto Garcia, é essencial para enriquecer os conhecimentos das merendeiras. “Com a atualização destes profissionais, a qualidade da merenda será reforçada. A alimentação saudável contribui com o desenvolvimento da aprendizagem”, ressalta.